Qualidade e rigor sanitário fazem do Paraná líder em exportação de carne halal

14/10/2021
O Paraná é o maior exportador de proteína halal do Brasil, considerando o embarque conjunto de derivados de aves e bovinos. A carne halal segue o método produtivo de acordo com as crenças do consumidor muçulmano. Apenas para esta população, conjunto de 22 países de maioria árabe no Oriente Médio e Norte da África, o Estado exportou mais de 618 milhões de dólares em carne bovina e frango halal de janeiro a setembro de 2021, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
Considerando o grande número de consumidores muçulmanos em todo o mundo, quase 2 bilhões, o Paraná tem potencial para entrar nesse mercado com ainda mais intensidade. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná, o Estado tem 31 frigoríficos habilitados.
Depois do Paraná, o segundo colocado no ranking de exportações de proteína halal de janeiro a setembro é o Rio Grande do Sul, seguido de Santa Catarina. Em 2020, o Brasil exportou 2 bilhões e 950 milhões de dólares em proteína halal avícola e bovina, sendo um bilhão e 900 milhões em aves e outros 968 milhões de dólares de derivados bovinos.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o governo estadual tem trabalhado para melhorar ainda mais esse desempenho. Segundo ele, há tratativas para ampliar as vendas de alimentos para o mundo e atrair novos investimentos. A longa tradição das cooperativas agrícolas, a qualidade sanitária reconhecida internacionalmente e a agenda diplomática positiva têm colaborado para manter o Paraná em patamares elevados de comercialização internacional. //SONORA NORBERTO ORTIGARA//

Maior produtor de carne de frango no País, o Paraná se destaca também nas exportações dessa proteína. O secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Tamer Mansour, destacou uma série de características que permitiram ao Paraná o protagonismo na produção em larga escala, como clima favorável, disponibilidade de água, terras férteis, grãos cultivados nas proximidades das integrações, grande prevalência de pequenas unidades produtivas com perfil de agricultura familiar, preferido das empresas integradoras, além da infraestrutura para o escoamento.
Quando um produto recebe certificação halal, significa que o consumo é lícito e permitido ao muçulmano, passando por processos diferentes dos produtos convencionais.
O abate desses animais segue as regras da religião, precisa ser feito por abatedor ou supervisor muçulmano, por método de corte por lâmina no pescoço, sem dor nem insensibilização elétrica. O sangue, considerado impuro na cultura islâmica, precisa ser drenado. A linha de abate deve estar posicionada em direção à cidade sagrada de Meca, Arábia Saudita, geralmente indicada por setas no chão dos frigoríficos.
O armazenamento e o transporte são realizados em galpões separados de outros tipos de carne. O processo produtivo também não pode incluir contaminação cruzada com substâncias proibidas pelos princípios religiosos, como o álcool.
Segundo a Câmara, no Brasil, as exportações de carne halal para os árabes começaram em 1977, na esteira da crise do petróleo, quando os árabes começaram a trocar o combustível fóssil por alimentos e outros gêneros.
A certificação halal, que comprova o cumprimento dos requisitos da religião, envolve não apenas alimentos, mas também fármacos e cosméticos, turismo, vestuário, entre outros. Quanto às proteínas animais, os procedimentos diferenciados incluem aspectos como a matéria-prima, higienização, armazenagem e transporte. (Repórter: Flávio Rehme)