Protocolo de validação da vacina russa será enviada para Anvisa até o final deste mês

04/09/2020

O Governo do Paraná submeterá o protocolo de validação da fase 3 de estudos clínicos da vacina russa Sputnik 5 no País à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, até o final deste mês. Depois de aprovado pelos órgãos regulatórios, a previsão é que o início dos testes aconteça até o fim do mês que vem. Essa programação das etapas foi confirmada nesta sexta-feira pelo diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná, Tecpar, Jorge Callado. Ele explicou a parceria em entrevista coletiva após a publicação de um estudo com resultados preliminares publicado na revista científica The Lancet, que reconhece uma boa resposta imune dos 76 participantes das fases 1 e 2. O diagnóstico sugere que a vacina produz uma resposta das células de defesa em 28 dias. De acordo com Jorge Callado, estes avanços são importantes para dar continuidade ao trabalho. // SONORA JORGE CALLADO //

Ele também ressaltou que o projeto é importante para o País porque o Paraná será a porta de entrada da eventual vacina no Brasil. O Ministério da Saúde tem acompanhado a evolução das tratativas entre o Instituto Gamaleya e o Tecpar. Depois do envio do protocolo de ensaio clínico e da aprovação da Anvisa e do Comitê de Ética em Pesquisa, os testes no Paraná devem envolver cerca de dez mil pessoas. Serão duas doses intervaladas por 21 dias, prioritariamente para profissionais de saúde dos hospitais universitários e eventualmente para grupos de risco. A faixa etária ainda não foi definida. Os testes devem começar no mês que vem. Esse primeiro dossiê de desenvolvimento de medicamento que será levado à Anvisa trará informações completas da Sputnik 5. Uma vez comprovada a eficácia nos testes, o que deve acontecer 60 dias depois do começo da imunização nos voluntários, haverá um novo pedido de registro na Anvisa para vacinação efetiva em território nacional. As primeiras doses serão importadas. Como o protocolo envolve transferência de tecnologia, num segundo momento haverá produção em território nacional por parte do Tecpar. A estimativa é de que isso ocorra apenas no segundo semestre do ano que vem. O presidente do Tecpar ressalta a importância da troca de informações e tecnologias com a Rússia para o processo. // SONORA JORGE CALLADO //


As conversas com a Rússia para uma parceria nos estudos e produção da vacina começaram no final de julho, com um memorando assinado no mês passado para a cooperação técnica. Na sequência, foi assinado um termo de confidencialidade entre os envolvidos, que passaram a trocar informações e a desenvolver o protocolo de validação, a primeira etapa de todo o processo. As etapas seguintes incluem a organização e início dos testes, o registro e a produção da vacina no Paraná. Para coordenar as atividades de pesquisa da vacina o governador Carlos Massa Ratinho Junior instituiu o Comitê Técnico Interinstitucional de Cooperação para Pesquisa, Desenvolvimento, Testagem, Fabricação e Distribuição de Vacina. O presidente do Tecpar, Jorge Callado, lembrou que o processo de produção é longo e trabalhoso. // SONORA JORGE CALLADO //


O Paraná terá reserva orçamentária de 200 milhões de reais para a compra de vacinas contra o coronavírus no ano que vem. Metade do valor virá do caixa da Secretaria da Saúde e a outra parte é resultado de um repasse da Assembleia Legislativa. (Repórter: Rodrigo Arend)