Projeto de leite do Instituto Emater movimenta economia da região central do Paraná

21/10/2019
Boa Ventura de São Roque, na região central do Paraná, está na contramão do índice nacional de urbanização. Os levantamentos indicam que 75% dos seis mil e 600 habitantes do município vivem no meio rural. Boa parte dessa população continua nas propriedades porque tem na pecuária leiteira uma atividade que gera renda. O comércio da cidade ganha um ritmo mais intenso no dia do pagamento do leite. Afinal, são mais de 600 unidades de produção familiar de bovinocultura de leite que geram recursos que são aplicados no comércio local. É neste cenário que o Instituto Emater desenvolve o trabalho de assistência técnica aos produtores. O objetivo é aumentar a renda dos domicílios rurais que lidam com a produção leiteira. Para tanto, o Instituto executa o projeto Leite Competitivo Norte, com duas unidades de referência acompanhadas no município desde 2017. Nessas propriedades é possível medir os resultados do projeto. Rebeca Maria Bartmeyer é uma das extensionistas que acompanham a região. Segundo ela, a atenção dada pelos profissionais vai além da questão técnica da produção do leite.// SONORA REBECA MARIA.//

Ela acompanha a propriedade da família Weber, que participa do projeto desde o início. Quando eles ingressaram, a produtividade média por vaca era de 16,69 litros por dia. Depois da contratação da assistência técnica do Instituto Emater, em setembro do ano passado, a média registrada chegou a 20,25 litros, com aumento também da qualidade e da sustentabilidade do negócio. Os proprietários, Pedro e Marli Weber, viram o volume de produção saltar de 270 litros por dia, em 2017, para os atuais 320 litros com a manutenção do número do rebanho em 16 animais em lactação. Rebeca destacou que o atendimento dado pelos profissionais é um indutor do desenvolvimento da região.// SONORA REBECA MARIA.//

Rebeca explicou que o objetivo dos extensionistas que atuam no projeto é atacar os pontos fracos da atividade, sem perder de vista o bem-estar, a saúde e a melhoria das condições de vida das famílias. Nas conversas com os técnicos, os produtores discutem temas sociais como os direitos das mulheres ou a sucessão familiar. Já as orientações econômicas podem oferecer ao produtor uma qualificação ou qualquer outra informação que possa contribuir para a tomada de decisão na propriedade. Toda sugestão é feita a partir dos dados das planilhas de acompanhamento econômico. Também cabe ao extensionista elaborar as Declarações de Aptidão ao Pronaf e informar o produtor sobre as modalidades de crédito rural. Há também um cuidado com o meio ambiente. Todos os produtores assistidos são orientados sobre o manejo adequado de dejetos, a conservação do solo e dos cursos d'água. Desta forma, os produtores mantêm a rentabilidade dos empreendimentos, sem perder de vista questões caras para que a pecuária leiteira continue dando sustento às próximas gerações. (Repórter: Wyllian Soppa)