Projeto da Universidade Estadual de Londrina instala central de coleta multisseletiva de resíduos em condomínio

01/06/2021
Professores da UEL, Universidade Estadual de Londrina estão finalizando um estudo piloto de uma nova tecnologia social: uma central de coleta multisseletiva em condomínios residenciais para separação e o acondicionamento diferenciado dos resíduos, em conjunto com um programa de educação e sensibilização ambiental.
Trata-se do Projeto “Separar é do Bem”, desenvolvido pelo NINTER, o Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos da UEL, que consiste em um método de separação e acondicionamento diferenciado dos resíduos gerados nos grandes condomínios residenciais de Londrina. O objetivo é reorganizar o espaço físico com o propósito de educar e responsabilizar os indivíduos para o manejo e a separação adequada pós-consumo nas residências.
O local escolhido foi um edifício residencial de alto-padrão com 26 pavimentos tipo e 104 apartamentos, localizado na Gleba Palhano. Segundo a coordenadora do Ninter, professora Lilian Aligleri, foram os próprios moradores que procuraram o Núcleo para pedir assistência.
Pela proposta, o próprio morador acondiciona os rejeitos, orgânicos e recicláveis separadamente, numa triagem diferenciada. Em princípio, os resíduos poderiam ser separados em 12 frações: orgânico; rejeito; papel, plástico, papelão, metais e isopor; vidro; material têxtil; óleo de cozinha; pilha e bateria; lâmpada; eletroeletrônico; medicamento vencido e sobras; perfurocortante; esponja de limpeza. Contudo, já cabe às cooperativas realizar parte desta separação.
Outra iniciativa foi colocar lixeiras nas áreas comuns para incentivar a coleta segregada. Cabe lembrar que nem todos estes materiais possuem coleta embasada legalmente. É o caso do material têxtil, óleo de cozinha e esponja de limpeza. O projeto inovou ao aproveitar parcerias já existentes ou criar outras com entidades para cuidar de tais resíduos.
O professor Caio Victor Rodrigues, destacou que a preocupação do projeto em articular estas parcerias de logística reversa a fim de fechar o ciclo dos materiais, de sua produção à destinação final, gerando renda. Ele avalia que é um processo em andamento, um avanço gradual até contemplar todo tipo de resíduo.
Mais do que realizar a coleta seletiva, o projeto pretende estimular a cultura de cuidados com o descarte de resíduos e um senso de coletividade motivador das ações, a partir da conscientização e sensibilização dos moradores. Tudo passa ainda pela orientação de síndicos e zeladores e pelo estabelecimento de um layout que facilita não só a coleta, mas a própria educação ambiental.
O professor Claudio Pereira e a professora Lilian Aligleri anotam que é grande o número de mulheres arrimos de família nas cooperativas, e que é muito importante que os moradores dos edifícios tenham consciência do que acontece com os resíduos depois de coletados; que o sustento de famílias depende destes resíduos e os moradores podem ajudar muito neste processo.
O projeto começa, em junho, a avaliar muitas das ações. Por exemplo, verificar o quanto os moradores se sensibilizaram em relação à importância da coleta multisseletiva e assimilaram os conceitos de educação ambiental. (Repórter: Flávio Rehme)