Projeto apoiado pelo Estado estuda produção alternativa de colágeno de jumento

25/02/2025
Um projeto apoiado pela Fundação Araucária procura testar uma metodologia de produção de colágeno de jumento nunca antes estudada neste animal para evitar o abate. Atender a crescente demanda pelo componente na indústria cosmética é um dos objetivos, além de garantir ganhos socioambientais significativos e biossegurança absoluta do processo. O projeto Colágeno de Jumento por Fermentação de Precisão, coordenado pela professora da Universidade Federal do Paraná e articuladora do NAPI, Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Proteínas Alternativas, Carla Forte Maiolino Molento, é realizado em uma parceria que envolve o Laboratório de Zootecnia Celular da UFPR e o Departamento de Engenharia de Bioprocessos da Universidade de Wageningen, na Holanda. A fermentação de precisão é um tipo de fermentação que usa microrganismos geneticamente modificado para produzir proteínas, enzimas e outros compostos específicos. É uma forma de biologia sintética explorada na indústria alimentícia. A técnica é importante para alcançar a produção de ejiao. Esse é um produto de consumo crescente, principalmente na China, percebido como um agente anti-envelhecimento e também muito apreciado pelas suas características sensoriais, como sabor e textura. As peles dos jumentos são fervidas para extrair a gelatina, que é transformada em pó, pílulas ou líquido, ou é adicionada aos alimentos. A pesquisadora explica que a técnica já é bastante usada. // SONORA CARLA FORTE //

Ela ressalta que, embora haja urgência pela situação em que se encontram os jumentos, é uma pesquisa que demanda alguns anos até que a tecnologia esteja pronta para industrialização. // SONORA CARLA FORTE //

A população de jumentos no Brasil está em declínio acentuado, sendo estimada em menos da metade da população de uma década atrás, com risco de eliminação da espécie. O projeto conta com um investimento de 250 mil reais da Fundação Araucária. As próximas fases do projeto envolvem estudos de escalonamento e de otimização de custo de produção. Por se tratar de produto para consumo humano, uma vez definidos os procedimentos ideais de produção, é necessário solicitar aprovação regulatória de agências nacionais e, como é para exportação, também do país consumidor. (Repórter: Gustavo Vaz)