Projeto Mulheres do Café valoriza produtoras e garante fama internacional ao Norte Pioneiro
14/06/2021
Os cafés especiais vem ganhando cada vez mais mercado, com diversos empreendimentos dedicados ao comércio dessas bebidas. Naturalmente, essa expansão se torna uma oportunidade para produtores, que ganham novas oportunidades de renda. Aqui no Paraná, um projeto chamado Mulheres do Café, nascido no Norte Pioneiro, empodera cafeicultoras da região para agregar valor à sua produção através dessa iguaria cada vez mais valorizada mundialmente. Em oito anos de projeto, o produto já foi diversas vezes premiado, é vendido para quatro continentes e corresponde a 15% da produção total de café dos 11 municípios participantes. Definido por um score acima de 80 em uma metodologia que pontua características do café em uma escala de 0 a 100, o café especial se diferencia do comum por uma seleção minuciosa dos melhores grãos da lavoura, que apresentam características únicas no aroma e no sabor. Com isso, ao receber uma boa nota, as agricultoras vendem a saca especial por um valor de 40% a 50% maior do que o tradicional, agregando valor ao produto e gerando renda extra para a família. Em 2020, segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, enquanto o valor do também chamado café commodity ficou em uma média de oito reais por quilo, o café especial chegou a uma média de 20 reais, preço que pode ser ainda mais alto dependendo do comprador. O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que o Estado promove auxílio técnico e premia os melhores produtores no Concurso Café Qualidade do Paraná.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//
Criada pelo IDR-Paraná em 2013, a iniciativa Mulheres do Café atualmente abrange mais de 250 mulheres distribuídas por 12 grupos de 11 municípios do Norte Pioneiro: Curiúva, Figueira, Ibaiti, Japira, Jaboti, Pinhalão, Tomazina, Siqueira Campos, Salto do Itararé, Joaquim Távora e Carlópolis. A associação também é vinculada à IWCA, Aliança Internacional das Mulheres do Café, instituição internacional de valorização ao trabalho feminino nessa cadeia. Atualmente, a região do Norte Pioneiro tem uma área total de mais de 840 hectares dedicados ao café, em uma média de 3,53 hectares por produtor. Em 2019, a produção total foi de 22.680 sacas beneficiadas de café, das quais 3.402 foram de café especial. No Paraná, a cultura dessas bebidas mais qualificadas se expandiu principalmente a partir de 2010. Foi aí que o Instituto de Desenvolvimento Rural viu a oportunidade de desenvolver esse potencial entre os pequenos produtores de agricultura familiar ao mesmo tempo em que empodera as mulheres, personagens coadjuvantes do trabalho até então. Cíntia Mara Lopes de Souza, extensionista do IDR-Paraná e coordenadora do projeto Mulheres do Café, explicou que a iniciativa surgiu dentro da instituição.// SONORA CINTIA MARA.//
Assim, o IDR passou a realizar diagnósticos e promover formações sazonais que ensinavam as técnicas necessárias segundo o momento do ciclo do café. Nira Souza, uma das produtoras que integram a iniciativa, destacou o suporte recebido.// SONORA NIRA SOUZA.//
Um ponto de virada no grupo foi quando, em 2015, três produtoras do Norte Pioneiro conquistaram pódio no concurso Concurso Café Qualidade do Paraná. Desde então produtoras da região sempre figuram entre os três melhores da premiação. A visibilidade ajudou no tino comercial do projeto, e um capítulo fundamental dessa história foi a parceria estabelecida com a Capricornio Coffee, exportadora e comercializadora dos cafés da região de Ourinhos. O sócio-fundador José “Bispo” Rezende, especialista em cafés há mais de duas décadas, contou que logo no primeiro ano de parceria, o café especial de Matão foi exportado para Austrália, Estados Unidos e diversos países da Europa. Ele detalhou que as condições da região exigem cuidados especiais na produção, que serão o diferencial na qualidade do produto final.// SONORA JOSÉ REZENDE.//
Além da venda em si, a parceria inclui o programa Four Seasons, que dá assistência técnica às mulheres durante as quatro estações do ano a fim de obter os melhores resultados possíveis. A produtora Dulcinéia Teixeira, presidente do grupo de Matão, dedica toda sua produção à venda para a Capricornio. A produtora contou que, apesar do preconceito que ainda existe, a perseverança do grupo tem feito a diferença para o sucesso da iniciativa.// SONORA DULCINÉIA TEIXEIRA.//
Segundo dados do Departamento de Economia Rural, o Deral, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, no Paraná como um todo a safra de café commodity em 2020 atingiu 963 mil sacas de 60kg, produzidos em uma área total de 34.500 hectares. O Valor Bruto da Produção em 2019, último dado disponível, foi de 390 milhões e 300 mil reais, o equivalente a 0,4% do total do Estado. Para 2020, a estimativa é que o valor tenha atingido 450 milhões, e que cresça ainda mais em 2021. O preço médio da saca em 2020 foi de 468 reais e 37 centavos, o que já representa um aumento de 20,86% com relação a 2019. Para 2021, o aumento registrado de janeiro a maio foi de 38,69% comparado a 2020, chegando ao preço de 649 reais e 61 centavos por saca. (Repórter: Wyllian Soppa)
Criada pelo IDR-Paraná em 2013, a iniciativa Mulheres do Café atualmente abrange mais de 250 mulheres distribuídas por 12 grupos de 11 municípios do Norte Pioneiro: Curiúva, Figueira, Ibaiti, Japira, Jaboti, Pinhalão, Tomazina, Siqueira Campos, Salto do Itararé, Joaquim Távora e Carlópolis. A associação também é vinculada à IWCA, Aliança Internacional das Mulheres do Café, instituição internacional de valorização ao trabalho feminino nessa cadeia. Atualmente, a região do Norte Pioneiro tem uma área total de mais de 840 hectares dedicados ao café, em uma média de 3,53 hectares por produtor. Em 2019, a produção total foi de 22.680 sacas beneficiadas de café, das quais 3.402 foram de café especial. No Paraná, a cultura dessas bebidas mais qualificadas se expandiu principalmente a partir de 2010. Foi aí que o Instituto de Desenvolvimento Rural viu a oportunidade de desenvolver esse potencial entre os pequenos produtores de agricultura familiar ao mesmo tempo em que empodera as mulheres, personagens coadjuvantes do trabalho até então. Cíntia Mara Lopes de Souza, extensionista do IDR-Paraná e coordenadora do projeto Mulheres do Café, explicou que a iniciativa surgiu dentro da instituição.// SONORA CINTIA MARA.//
Assim, o IDR passou a realizar diagnósticos e promover formações sazonais que ensinavam as técnicas necessárias segundo o momento do ciclo do café. Nira Souza, uma das produtoras que integram a iniciativa, destacou o suporte recebido.// SONORA NIRA SOUZA.//
Um ponto de virada no grupo foi quando, em 2015, três produtoras do Norte Pioneiro conquistaram pódio no concurso Concurso Café Qualidade do Paraná. Desde então produtoras da região sempre figuram entre os três melhores da premiação. A visibilidade ajudou no tino comercial do projeto, e um capítulo fundamental dessa história foi a parceria estabelecida com a Capricornio Coffee, exportadora e comercializadora dos cafés da região de Ourinhos. O sócio-fundador José “Bispo” Rezende, especialista em cafés há mais de duas décadas, contou que logo no primeiro ano de parceria, o café especial de Matão foi exportado para Austrália, Estados Unidos e diversos países da Europa. Ele detalhou que as condições da região exigem cuidados especiais na produção, que serão o diferencial na qualidade do produto final.// SONORA JOSÉ REZENDE.//
Além da venda em si, a parceria inclui o programa Four Seasons, que dá assistência técnica às mulheres durante as quatro estações do ano a fim de obter os melhores resultados possíveis. A produtora Dulcinéia Teixeira, presidente do grupo de Matão, dedica toda sua produção à venda para a Capricornio. A produtora contou que, apesar do preconceito que ainda existe, a perseverança do grupo tem feito a diferença para o sucesso da iniciativa.// SONORA DULCINÉIA TEIXEIRA.//
Segundo dados do Departamento de Economia Rural, o Deral, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, no Paraná como um todo a safra de café commodity em 2020 atingiu 963 mil sacas de 60kg, produzidos em uma área total de 34.500 hectares. O Valor Bruto da Produção em 2019, último dado disponível, foi de 390 milhões e 300 mil reais, o equivalente a 0,4% do total do Estado. Para 2020, a estimativa é que o valor tenha atingido 450 milhões, e que cresça ainda mais em 2021. O preço médio da saca em 2020 foi de 468 reais e 37 centavos, o que já representa um aumento de 20,86% com relação a 2019. Para 2021, o aumento registrado de janeiro a maio foi de 38,69% comparado a 2020, chegando ao preço de 649 reais e 61 centavos por saca. (Repórter: Wyllian Soppa)