Professores garantem ensino aos alunos de escola quilombola durante a pandemia
18/06/2020
Inclusão, busca ativa e ações solidárias. É assim que os professores do Colégio Estadual Quilombola Maria Joana Ferreira estão alcançando seus mais de 300 alunos da Comunidade Quilombola de Adelaide Maria da Trindade Batista, na região de Palmas, no Sudoeste do Estado. As ações incluem o contato constante com os pais, atendimento especializado aos alunos com necessidades especiais e até o uso de uma moto com sistema de som lembrando os estudantes de retirarem os conteúdos impressos na escola. A diretora Sônia Regina Boeze da Silva também é quilombola e conta que, graças ao trabalho da equipe pedagógica e ao apoio da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, os 300 alunos estão incluídos no Aula Paraná, sistema de ensino a distância estruturado pelo Governo do Estado durante a pandemia. Ela afirma que devido a algumas dificuldades econômicas da comunidade, ela e a equipe buscam estar cada vez mais próximos das famílias dos estudantes.
A diretora conta que conseguiu que um motociclista passasse em todas as ruas da comunidade, avisando pais e alunos sobre o Aula Paraná. Ele percorre mais de 700 hectares e alerta os responsáveis sobre a necessidade de irem até a escola retirar os conteúdos impressos e, também, sobre a importância de acessarem a ferramenta de aprendizado Classroom, para quem tem celular. Além dos estudantes com dificuldade de acesso, a escola quilombola também atende crianças com necessidades especiais. O chefe do Núcleo Regional de Educação Marcelo Oltramari conta que todo o conteúdo lecionado na escola quilombola respeita as tradições da comunidade local e a herança cultural.
A Comunidade Quilombola de Adelaide Maria da Trindade Batista foi fundada em 1836 por escravos fugidos das fazendas de trabalho forçado na região de Palmas. Atualmente, são mais de 5 mil famílias vivendo no quilombo. (Repórter: Rodrigo Arend)