Produtos da Mata Atlântica são selecionados para programa de desenvolvimento de vocações regionais

09/11/2021
A equipe técnica da Invest Paraná deu início nesta segunda-feira, a uma simulação de como vai ser a 1ª Oficina de Integração VRS Mata Atlântica, a ação faz parte do programa Vocações Regionais Sustentáveis. O evento, que acontece nos dias 25 e 26 de novembro, vai debater com produtores rurais e operadores turísticos do Litoral o potencial de mercado da produção local e crescimento turístico. O objetivo é dar destaque aos produtos e fomentar discussões entre os atores.
Após a oficina, acontece a 1ª Feira Conceitual, com a apresentação dos produtos a toda a comunidade e turistas, nos dias 26 e 27 de novembro.
Participam do projeto produtores rurais e operadores turísticos de Guaraqueçaba, Antonina e Morretes. Durante a última semana, profissionais da Invest Paraná estiveram nos três municípios para conversar com os envolvidos e mostrar a importância de apresentar os produtos e serviços de forma integrada.
Os produtos, que são turismo de natureza e de base comunitária, banana, pupunha, mandioca, juçara e frutos típicos da Mata Atlântica, foram selecionados a partir de uma metodologia alemã de mercado, baseada em experiências de sucesso em países emergentes de todo o mundo. A ideia do projeto é unificar toda a produção e serviços turísticos desses três municípios dentro da marca VRS Mata Atlântica.
De acordo com o diretor de Relações Internacionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco, para ser levada ao mercado externo, é fundamental que a produção e os serviços sejam qualificados de acordo com as melhores práticas internacionais já desenvolvidas em produtos similares. //SONORA GIANCARLO ROCCO//

A abertura oficial da Oficina vai ser no teatro Municipal de Antonina, às sete horas da noite. Já a feira acontece em Morretes, a partir das seis horas da tarde do dia 26 e se estende durante o dia 27.
O levantamento do VRS Mata Atlântica juntou informações em entrevistas locais e resultou no Relatório de Descobertas, que incluiu também dados secundários do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para fins de complementação. De acordo com o IBGE, a pupunha representa entre 40% e 70% do valor da produção agrícola dos municípios e é fonte de renda essencial para os moradores de Guaraqueçaba.
Segundo a prefeita de Guaraqueçaba, Lilian Ramos, a expectativa é conseguir mostrar esse produto no mercado, valorizar o produtor regional e elencar um número maior de visibilidade da pupunha. //SONORA LILIAN RAMOS//
Produtor rural da comunidade Batuva, em Guaraqueçaba, Mario Soares Dias colhe atualmente cerca de 4 mil cabeças de pupunha a cada três meses e tem grande expectativa que o produto chegue aos consumidores. //SONORA MARIO SOARES DIAS//
Já a banana, junto com a pupunha, é o cultivo com a base mais sólida para trabalho conjunto, sendo um produto de grande representatividade econômica nos três municípios. Da mistura da fruta com a juçara, sai a famosa geleia de açaí juçara com banana, ou até mesmo a polpa da fruta para suco. Além disso, a região apresenta grande potencial de orgânicos e agrofloresta.
Esses produtos já são comercializados na Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Antonina. Morador do bairro Cachoeira, em Antonina, Agenor Viel produz banana, assaí juçara, maracujá, entre outros frutos, e destaca o sabor que o açaí juçara, assim conhecido na região, desperta em quem prova da geleia ou suco, além de ser um alimento da natureza. //SONORA AGENOR VIEL//

A produtora rural Rosana Robassa utiliza tudo o que floresce no jardim para promover o turismo rural, com farto café colonial na propriedade no município de Morretes. Segundo ela, são os frutos sazonais, que enriquecem a mesa e conquistam os visitantes. //SONORA ROSANA ROBASSA//
Outros produtos selecionados pelo VRS Mata Atlântica são a mandioca e o turismo. A farinha de mandioca é um produto artesanal de alta qualidade e muito ligado à cultura e história dos três municípios. O levantamento do programa apontou que a produção reduziu bastante e é ameaçada pela falta de mercado que pague o valor maior.
Por conta disso, muitos produtores optaram por vender a mandioca in natura. Já a promoção do turismo se dará automaticamente com a divulgação da produção local, atraindo visitantes para a região, que faz parte do Litoral paranaense.
Para todos os demais produtos da região, como a famosa cachaça caiçara, as Estações de Estrada é a solução, baseadas em um modelo que já existe na província de Hyogo, no Japão.
A proposta é construir esses espaços nas rodovias das 15 Regiões Turísticas do Estado. Eles vão atuar como um mercado e uma vitrine para a venda dos produtos, mostrando o potencial do Paraná no desenvolvimento agronômico sustentável. (Repórter: Flávio Rehme)