Porto de Paranaguá prevê investir quase R$ 1 bilhão para se adaptar à Nova Ferroeste

09/04/2021
O Porto de Paranaguá é um dos principais atores dentro do projeto da Nova Ferroeste.
É no terminal marítimo que vai desembocar a maior parte da produção que passará pelo ramal ferroviário de 1.285 quilômetros, idealizado para ter ponto inicial em Maracaju, no Mato Grosso do Sul. O planejamento do complexo prevê investimentos de mais de 920 milhões de reais nos próximos anos. A expectativa, de acordo com os técnicos responsáveis pela elaboração dos estudos de traçado e demanda, é que nova ligação férrea seja capaz de transportar 35 milhões de toneladas por ano. Isso representa dois terços da produção da região, dos quais 74% seriam de cargas destinadas para a exportação. Ou seja, o Porto de Paranaguá precisa estar preparado para vencer a demanda e, segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, as intervenções em curso vão garantir uma ampliação considerável de movimentação no terminal paranaense.// SONORA RATINHO JUNIOR.//

Com o projeto do chamado Moegão Leste será possível unificar a recepção de cargas ferroviárias. Em vez de precisar desmembrar a composição e descarregar em dez terminais diferentes, como é feito atualmente, todo o material será deixado um ponto fixo. De lá, por esteiras transportadoras, é encaminhado ao respectivo terminal. O investimento é de 450 milhões de reais, com recursos do Governo do Estado. A previsão é que a licitação do projeto ocorra no segundo semestre deste ano. A partir daí, são 24 meses de obra. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, destacou que este tipo de intervenção agiliza e barateira o trabalho.// SONORA LUIZ FERNANDO GARCIA.//

Além do Moegão, a Portos do Paraná administra outros seis projetos atualmente. São mais 474 milhões de reais em melhorias no terminal e arredores. A readequação do sistema de drenagem pluvial da faixa portuária e dos silos representa um aporte de 17 milhões e 400 mil reais. O orçamento do projeto executivo para restauração da Avenida Ayrton Senna, entre o entroncamento com a BR-277 e o porto, ficou em um milhão e 670 mil reais. Além disso, outros 28 milhões e 250 mil são das obras de recuperação e proteção da estrutura do Píer Público de Inflamáveis. Já o programa de dragagem de manutenção continuada, para 5 anos, significa a maior parte do bolo: 403 milhões e 300 mil reais. Por fim, estão reservados mais 451 mil e 300 para a execução do projeto básico da remodelação do Corredor de Exportação, com um novo sistema integrado. Garcia ressaltou que é fundamental para a existência do Porto de Paranaguá ter uma matriz logística racional, com a diminuição de custos para se tornar mais competitivo.// SONORA LUIZ FERNANDO GARCIA.//

O projeto da Nova Ferroeste busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior. Pelo planejamento, será construída uma estrada de ferro entre Maracaju, maior produtor de grãos do Mato Grosso do Sul, até Cascavel, no Oeste Paranaense. De lá, o trem segue pelo atual traçado da Ferroeste com destino a Guarapuava. Os 246 quilômetros de ferrovias atuais serão modernizados, e vão se ligar a uma nova ferrovia que vai da região Central do Estado ao Porto de Paranaguá, cortando a Serra do Mar. Há previsão, ainda, de um novo ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. A previsão é que os estudos de viabilidade sejam finalizados em setembro e os estudos de impacto ambiental em novembro. Com isso, a ideia é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores logo na sequência. O consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras. O investimento estimado é de 20 bilhões de reais. (Repórter: Wyllian Soppa)