Ponte de Guaratuba valoriza imóveis e aumenta nível dos empreendimentos no Litoral

30/09/2024
Antes mesmo de ser finalizada, a Ponte de Guaratuba tem movimentado a economia do Litoral paranaense, impactando significativamente o mercado imobiliário local. De acordo com especialistas do setor, a valorização dos imóveis é acompanhada pelo aumento no padrão de novos empreendimentos e na mudança de perfil do público comprador. As obras da Ponte de Guaratuba alcançaram 17,7% de conclusão, segundo a medição mais recente do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, de setembro deste ano. Segundo estimativas da Associg, a Associação de Corretores de Imóveis de Guaratuba, o mercado de alto padrão cresceu cerca de 40%, mais do que o dobro do registrado em imóveis de padrão médio, com 15%. Com a valorização promovida pelas obras da Ponte de Guaratuba, o tipo de empreendimento construído na cidade tem mudado. Vânia Grossi Fernandes, delegada do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 6ª Região em Guaratuba e presidente da Associg, disse que antes a cidade tinha um perfil de imóveis de baixo e médio padrão, e agora vive um boom com a construção de edifícios de luxo, de alto padrão aquisitivo, com unidades acima de um milhão e 500 mil reais, chegando a até 6 milhões em empreendimentos já finalizados. // SONORA VÂNIA GROSSI FERNANDES //

O valor do metro quadrado para imóveis desta categoria subiu na comparação entre os períodos pré e pós-pandemia. Em 2019, a média de preço variava de cinco a seis mil. Hoje, alcança cerca de dez mil o metro quadrado. Para a vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guaratuba, Cleide Areco, a obra que liga de forma definitiva Guaratuba e Matinhos é a principal responsável pelo crescimento desse segmento. // SONORA CLEIDE ARECO //

Segundo ela, essa valorização dos imóveis tem acontecido, principalmente, em duas regiões de Guaratuba: a central e a de faixa de areia. // SONORA CLEIDE ARECO //

A chegada de novos empreendimentos ajuda também a solucionar um problema causado pela alta procura: a falta de imóveis para alugar por períodos mais longos, além da temporada, para atender ao público que planeja construir a vida na cidade. Imobiliárias, antes especializadas em contratos de aluguel de 30 a 60 dias, hoje trabalham com a locação por períodos de seis meses a um ano. De acordo com Vânia, esse movimento aconteceu principalmente durante a pandemia da Covid-19. // SONORA VÂNIA GROSSI FERNANDES //

Com empreendimentos de maior valor aquisitivo, cresceu também a arrecadação de impostos. Em 2020, a arrecadação do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis subiu 40% em relação ao ano anterior, chegando a 5 milhões e 900 mil reais, até chegar ao recorde de 9 milhões de reais em 2022, ano em que o Estado lançou o edital de contratação integrada dos projetos e da construção da ponte. O crescimento imobiliário passa também pelo cuidado com o meio ambiente e a faixa de areia. No final de 2023, com a aprovação do novo Plano Diretor, ficou definida a permissão de empreendimentos de, no máximo, três pavimentos à beira-mar. (Repórter: Gustavo Vaz)