Polícia Civil do Paraná prende suspeitos de lesar investidores de bitcoins

05/12/2019
A Polícia Civil do Paraná desarticulou uma organização criminosa que aplicava golpes em investidores de Bitcoins, por meio de uma empresa com sede em Curitiba. Nove pessoas foram presas nesta quinta-feira. O bitcoin é um dinheiro virtual que usa um código para ter validade. Assim como a moeda real, ele pode ser usado para a compra de serviços e produtos. Trata-se de uma moeda descentralizada, ou seja, não é regulada por governos, bancos ou empresas. É possível comprar, enviar e receber bitcoins sem nenhum intermediário. A Operação Midas apura um prejuízo estimado em 1 bilhão e 500 milhões de reais. A investigação identificou 500 vítimas dos criminosos, em seis estados. A estimativa é de que o número de investidores lesados possa chegar a cinco mil. O grupo criminoso vai responder por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular. A ação policial cumpre 62 mandados judiciais, sendo 11 mandados de prisão temporária, 11 de busca e apreensão, 16 de bloqueio de contas bancárias e 24 de sequestro de veículos. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de 80 milhões de reais dos envolvidos. Cerca de 50 policiais civis participam da operação Midas, que usou 20 viaturas e contou com o apoio de helicóptero da Polícia Civil. Os mandados foram cumpridos em Curitiba, Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana, em Pontal do Paraná, no Litoral, e em São Paulo. Conforme a investigação, o golpe era dado através de e-mails e mensagens instantâneas por aplicativo. As vítimas geralmente se tornavam alvos dos suspeitos após serem recomendados por terceiros, geralmente pessoas de confiança, a investir em bitcoins através da referida empresa. Uma das vítimas afirmou que um dos suspeitos, responsável por angariar investidores, prometia rendimentos de 3 a 4 por cento ao dia. O golpe se efetivava quando as vítimas transferiam o dinheiro para contas bancárias gerenciadas pelos suspeitos. O indício de que a operação era um golpe foi constatado quando as vítimas receberam uma mensagem da empresa, informando que em um prazo de seis meses os investidores não poderiam fazer saque. A justificativa era de que a empresa teria sido vítima de uma fraude de cerca de 20 milhões de reais na Argentina. Porém, ao final do período, os criminosos voltaram a prorrogar o prazo. (Repórter: Priscila Paganotto)