Polícia Civil do Paraná elucida crime contra Rachel Genofre, cometido em 2008

19/09/2019
As forças de segurança do Paraná, de São Paulo e o Ministério da Justiça e da Segurança Pública encontraram, nesta quarta-feira, o suspeito de matar a menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, em 2008. O corpo dela foi localizado em uma mala na Rodoferroviária de Curitiba. Ela tinha apenas nove anos. A identificação do homem como autor ocorreu por comparação genética, graças à integração da base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília. Houve cruzamento de dados do material genético encontrado sobre o corpo da vítima com o material genético colhido do preso em São Paulo por meio do Banco Nacional de Perfis Genéticos. Carlos Eduardo dos Santos, 54 anos, está preso na Penitenciária II de Sorocaba, em São Paulo, e tem extensa ficha criminal. Segundo o delegado-geral-adjunto da Polícia Civil, Riad Farhat, o software do Banco Nacional de Perfis Genéticos é atualizado semanalmente com material colhido de presos que cometeram crimes hediondos, inclusive no Paraná, onde mais de 5 mil já foram coletados. Ele explicou que a identificação ocorreu depois de uma combinação genética de 23 características entre 23 possíveis, garantindo 100% de certeza de que o homem é o autor do crime.// SONORA RIAD FARHAT.//

Riad Farhat também disse que a Polícia Civil do Paraná nunca deixou de tentar elucidar o crime.// SONORA RIAD FARHAT.//

O secretário estadual da Segurança Pública, Rômulo Marinho Soares, acrescentou que a solução desse crime emblemático é resultado da unificação de sistemas.// SONORA RÔMULO MARINHO.//

Preso desde 2016, Carlos Eduardo dos Santos já foi condenado a 22 anos de prisão por estelionato, estupro, roubo e falsificação de documento. Os crimes ocorreram em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na época do crime, Carlos Eduardo dos Santos morava na Rua Alferes Pioli, no Centro de Curitiba, em um raio de 750 metros de distância do Instituto de Educação, onde a menina estudava. Ele trabalhava como segurança em São José dos Pinhais. A Polícia Civil vai peticionar, ainda nesta quinta-feira, um pedido na Vara de Execuções Penais que executa as sentenças de Carlos Eduardo dos Santos, para que ele seja transferido para o Paraná e depois ouvido pelo delegado responsável pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Marcos Fernando da Silva Fontes. Há expectativa de que o caso seja reconstituído para que os detalhes do assassinato sejam esclarecidos. O principal responsável pela elucidação do crime que estava há 11 anos sem solução foi o esforço conjunto do governo federal e dos governos estaduais do Paraná e de São Paulo na coleta de perfis genéticos de criminosos. Peritos fizeram um mutirão de coleta de DNA de presos em São Paulo. O resultado só foi alcançado pois, durante as investigações do crime, peritos do Paraná haviam coletado material genético deixado pelo criminoso na mala e no corpo da vítima. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, investiu nove milhões de reais na aquisição do material para realizar os trabalhos. A meta do ministério é reunir o cadastro do perfil genético de cerca de 65 mil condenados até o fim do ano. (Repórter: Wyllian Soppa)