Pesquisadores do Paraná destacam pesquisa no combate ao câncer
26/02/2020
O Brasil vai ter 625 mil novos casos de câncer a cada ano até 2022. O dado foi divulgado pelo Inca, o Instituto Nacional de Câncer, e apresenta, entre os principais alertas, a importância do financiamento de pesquisas para o avanço da detecção precoce e o tratamento da doença. No Paraná, a Fundação Araucária tem feito investimentos neste tipo de pesquisa. Inúmeras campanhas destacam a importância de descobrir a doença no início, quando são grandes as chances de cura, e muitos estudos estão sendo feitos para buscar mecanismos que facilitem a detecção do câncer. A pesquisa “Biosensores Baseados em Ressonância de Plasmons de Superfície para Detecção Precoce de Câncer de Ovário e de Próstata”, financiada pela Fundação Araucária, obteve importantes resultados neste aspecto. De acordo com o coordenador do projeto e professor do Laboratório de Química de Materiais e Sensores da Universidade Estadual de Maringá, Emerson Marcelo Girotto, nos estágios iniciais do câncer, o corpo produz quantidades muito pequenas dos chamados marcadores da doença, o que dificulta que os equipamentos comuns de análise enxerguem essas substâncias.// SONORA EMERSON MARCELO GIROTTO//De acordo com o professor, o estudo deve resultar na invenção de um equipamento ou sistema que possa detectar um câncer nos estágios iniciais e para isso ainda é necessário passar por testes com seres humanos. A equipe conta com a participação de um pesquisador da Universidade de Vitória no Canadá, que possui um equipamento capaz de fabricar as nanoestruturas de ouro, usadas na fabricação do biosensor. Somente no ano passado, segundo o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, a instituição disponibilizou cerca de 20 milhões de reais para bolsas e projetos de pesquisa em todas as áreas do conhecimento.// SONORA RAMIRO WAHRHAFTIG//O projeto coordenado pelo professor Emerson Girotto na Universidade Estadual de Maringá recebeu 31 mil e 700 reais. A professora Terezinha Svidzinski coordena a pesquisa “Avaliação do possível impacto da radiação gama, usada em tratamento de câncer de cabeça e pescoço, sobre a virulência de leveduras do gênero Candida”, que contou com o investimento de cerca de 100 mil reais da Fundação Araucária. Para quem já recebeu o diagnóstico de câncer, lidar com os efeitos colaterais de tratamentos como a radioterapia acaba sendo um processo difícil. A pesquisadora explica que seres humanos abrigam normalmente leveduras do gênero candida na pele e mucosas, como colonização, portanto, sem causar danos. Mas, essas mesmas leveduras, em pacientes submetidos à radioterapia, podem se transformar em agentes de infecções graves e fatais.// SONORA TEREZINHA SVIDZINSKI//A coordenadora destacou, ainda, que as leveduras foram submetidas às mesmas condições como se fosse um paciente real, recebendo toda a carga de radiação que o paciente é submetido. Com esses dados, é possível que protocolos de tratamento sejam revistos para a prevenção de infecções em pacientes com câncer. (Repórter: Priscila Paganotto)