Pesquisadores da UEL monitoram populações e espécies de abelhas na Mata dos Godoy e cafezais

01/03/2022
Pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas, da Universidade Estadual de Londrina, sob o comando da professora Silvia Helena Sofia, acompanham populações e diferentes espécies de abelhas em Londrina e região. As pesquisas envolvem alunos de graduação, Iniciação Científica e pós-graduação de programas de mestrado e doutorado da área de Ciências Biológicas. Um dos projetos tem como fonte de observação a Mata dos Godoy, a 20 quilômetros do Centro de Londrina. Após mais de 20 anos da primeira pesquisa feita com abelhas de orquídeas na Mata dos Godoy, um projeto vai repetir o estudo para comparar como está a comunidade de abelhas no local. Com a redução das populações de abelhas no mundo, que já está acontecendo e que gera preocupação com a extinção de algumas populações e espécies, existe a possibilidade de que elas também estejam diminuindo no Norte do Paraná devido à intervenção humana. Mudanças climáticas, uso de agrotóxicos e crescimento urbano acelerado estão entre os principais motivos que podem influenciar na redução das populações de abelhas. No mundo, são 20 mil espécies de abelhas catalogadas. No Brasil, duas mil são conhecidas, embora o número possa ser ainda maior. A preocupação com elas é devido à alta capacidade de polinização de plantas, o que possibilita gerar frutos de melhor qualidade e mais sementes. Isso pode influenciar diretamente na produção de alimentos em todo o mundo. Se nas plantações elas são responsáveis por 75% do processo de polinização, nas florestas e matas esse número chega a 90%. Recentemente, a pesquisa foi contemplada no Edital do Programa Institucional de Pesquisa Básica Aplicada da Fundação Araucária, com mais de 12 mil reais. A espécie mais encontrada na Mata dos Godoy, área remanescente de Mata Atlântica na região de Londrina, é a Eufriesea violacea, considerada uma abelha de orquídeas por ser atraída pela fragrância da flor. Essa espécie é encontrada de outubro a janeiro, épocas de temperaturas mais altas. Por isso, as novas coletas na Mata dos Godoy vão ser realizadas no final do ano e o resultado comparativo deve ser divulgado em 2023. Apesar de não ser necessário o uso de abelhas para polinização das flores do cafezal, estudos mostram que a produção pode aumentar em até 20% quando elas visitam as plantações. É a partir disso que as pesquisas são conduzidas no Norte do Paraná: para identificar as principais espécies de abelhas que habitam os pés de café, com o objetivo de comparar com outras regiões do país, destaca a professora Silvia Helena Sofia.// SONORA SILVIA HELENA SOFIA.//

E esse impacto das abelhas na produção de café também é tema de outro projeto, que avalia as propriedades que fazem parte da Rota do Café, de Londrina a Ribeirão do Pinhal, no Norte do Paraná. A professora lembra que entre os objetivos do estudo está também contribuir com o produtor, visando ganho econômico e também educar sobre a importância das abelhas para a produção de alimentos.// SONORA SILVIA HELENA SOFIA.//

A UEL tem uma coleção de abelhas de orquídeas com quase 10 mil indivíduos, que está armazenada no Laboratório de Genética e Ecologia Animal e no Museu de Zoologia. Saiba mais em www.aen.pr.gov.br. (Repórter: Felippe Salles)