Pesquisa e tecnologia colocam o Paraná na rota nacional das maçãs

01/03/2021
A pesquisa e a tecnologia ajudaram o Paraná a marcar presença, mesmo que ainda de maneira sutil, em um seleto mercado dominado pelos vizinhos do Sul. A concepção do cultivar de maçã Eva, no fim da década de 1970, pela antiga Iapar-PR - atual Instituto de Desenvolvimento Rural -, possibilitou ao Estado produzir uma especialidade da fruta que tem baixa necessidade de frio, com maturação precoce e ciclo desde a floração estimado em 123 dias. As características fazem com que a colheita da maçã Eva comece em dezembro, antes de outras variedades como a Gala e Fuji, que dominam as plantações de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Assim, a espécie chega antes ao consumidor, ganhando uma fatia importante do mercado de maçãs. De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Paulo Andrade, é possível dizer que uma maçã foi desenvolvida no Paraná, que precisa de poucas horas de frio e pode ser plantada em mais cidades, como na Região Metropolitana de Curitiba.// SONORA PAULO ANDRADE.//

Um dos beneficiários da técnica é o agricultor Rui Afonso Fleith, de Paula Freitas, no Sul do Paraná. Há duas décadas no ramo, ele colhe cerca de 500 toneladas de frutas por ano. Em torno de 80% da produção, ou 400 toneladas, é da maçã Eva. Ele conta que a produção de maçã tem destino certo. A maior parte vai para Fraiburgo, em Santa Catarina. De lá, um distribuidor parceiro encaminha para diferentes pontos do País. Uma outra fatia, menor, fica na própria região, no comércio de cidades como União da Vitória, Porto Vitória e Paulo Frontin.// SONORA RUI AFONSO FLEITH.//

Segundo o Departamento de Economia Rural, vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento, o Paraná é o terceiro produtor nacional de maçã com 3,6% de participação no cenário nacional. Em 2019 foram mais de 28 mil toneladas e Valor Bruto de Produção de 69 milhões e 200 mil reais. Quase metade da produção estadual está concentrada na região de Curitiba, com destaque para a Lapa, o segundo município produtor do Paraná, com 22,8% das colheitas. Palmas no Sudoeste, responde por 27,9% da colheita, liderando a atividade que se espalha por 37 municípios de Paraná. Já nas Ceasas do Paraná foram comercializadas 46 mil e 500 toneladas da fruta em 2019, a sétima em volume e a primeira em montante financeiro transacionado, com 194 milhões e 700 mil reais. O preço médio do quilo se estabeleceu em 4 reais e 18 centavos. (Repórter: Wyllian Soppa)