Pesquisa da UEM aponta viabilidade do aço reforçado por nióbio na construção civil

10/07/2024
Uma pesquisa desenvolvida na UEM propõe o uso do nióbio em diferentes tipos de edificações, como pontes, viadutos e obras da construção civil. Esse elemento químico consiste num metal flexível e maleável com capacidade de aumentar em aproximadamente 60% a resistência e durabilidade do aço, sem acréscimo significativo no peso da liga metálica. Considerado valioso, por causa das propriedades únicas para aplicações industriais, o mineral está presente na produção de aços especiais usados em uma variedade de produtos, desde oleodutos até peças de aeronaves. O objetivo do projeto é disseminar no mercado aços de alta resistência como alternativa ao aço carbono, que é menos resistente à corrosão e ainda muito usado em estruturas da construção civil, em componentes da indústria automotiva, em equipamentos industriais e na fabricação de utensílios e ferramentas. A ideia é comercializar, no futuro, estruturas de construção pré-fabricadas com o nióbio, que além de mais leves, são produzidas com redução de resíduos. O coordenador do projeto, professor Carlos Humberto Martins, do Departamento de Engenharia Civil da UEM, destaca a importância da construção civil na economia brasileira. // SONORA CARLOS HUMBERTO MARTINS //

O estudo científico começou no ano passado, e conta com um financiamento de um milhão e 330 mil reais, por meio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. De acordo com o cronograma, as análises seguem até abril do ano que vem. Para a realização de testes com vigas em tamanho real, a equipe de pesquisadores contou com o apoio da Gerdau, multinacional brasileira produtora de aço. A empresa disponibilizou quatro vigas com aço de grau 50 e de grau 60 para os ensaios em laboratório. Outros testes estão em desenvolvimento com vigas casteladas. Elas usam menos material, ficam mais leves e, ainda assim, permitem mais resistência. Na prática, a adição de nióbio aumenta a força contra à corrosão e amplia a capacidade de suportar cargas sem muita deformação. Os resultados preliminares do projeto da UEM comprovam que o material de aço de grau 60 é significativamente mais resistente que o de grau 50, usado geralmente em construções. A inclusão de cerca de 0,1% de nióbio na composição, por exemplo, já é suficiente para melhorar a qualidade do produto. O estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos, Vinicius Brother dos Santos, ressalta a importância de soluções econômicas para o setor da construção. // SONORA VINICIUS BROTHER DOS SANTOS //

A equipe também trabalha com um Concreto de Ultra-Alto Desempenho, um tipo avançado com propriedades superiores de durabilidade em relação ao concreto convencional e caracterizado por uma baixa permeabilidade. O grupo de pesquisa atua, ainda, com armaduras longitudinais, que são estruturas formadas por barras de aço ou ferro, encaixadas em vigas, pilares e lajes. Outra etapa da pesquisa envolve pinos conectores de cisalhamento. A pesquisa aponta que é possível reduzir a quantidade desses itens numa obra ao optar por conectores mais resistentes, o que também resulta em economia de tempo. (Repórter: Gustavo Vaz)