Patente da Universidade Estadual de Londrina propõe kit de casa popular econômica e sustentável

21/03/2019
Uma professora e um estudante do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil do Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL, a Universidade Estadual de Londrina, receberam a Carta Patente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial de um sistema inovador, direcionado a habitações populares, que une economia e sustentabilidade. A patente foi conseguida após 10 anos de processo. O Sistema Construtivo Leve de Alto Desempenho para Vedação Vertical foi criado para o concurso de um fabricante de cimento com a temática habitação sustentável. A dupla não venceu o concurso, mas percebeu que a criação tinha características inovadoras a ponto de merecer a patente. O sistema inova por abrir mão do tradicional tijolo e cimento, substituídos por um kit composto por pilar, viga, madeira de reflorestamento e placas em concreto celular, mais leve. É possível construir uma unidade de cerca de 100 metros em apenas duas semanas. Esta unidade pode ser depois desmontada, sem qualquer comprometimento dos materiais. As placas são colocadas em camadas duplas, formando paredes. Todo o acabamento hidráulico, elétrico e rede lógica ficam embutidos no interior das placas. No processo encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, os inventores definem o sistema como uma simplificação de todos os processos e métodos para a execução do produto final. De acordo com a professora do Departamento de Construção Civil da universidade, Berenice Carbonari, o novo sistema também respeita os chamados três 'Rs' da construção civil, que são reciclar, reutilizar e reaproveitar.// SONORA BERENICE CARBONARI//Todos os detalhes foram pensados para garantir a viabilidade do sistema. Os inventores recomendam que a habitação seja construída sob uma laje maciça, com fundação rasa que se assemelha a uma placa, abrangendo toda a área da construção. Outra observação relacionada à estrutura é que a casa tem carga bem distribuída, embora use fundação mais rasa. Os detalhes de acabamento também foram contemplados. O concreto pode ser pintado e na parte da frente eles sugerem um brise em madeira para impedir a incidência solar no interior, melhorando o conforto térmico, além de agregar valor ao projeto original. A dupla afirma, ainda, que o sistema permite alterações e ampliações, muito solicitadas nos projetos populares. A expectativa dos inventores agora é encontrar um parceiro para que o sistema possa ser produzido em larga escala, contribuindo para reduzir o déficit habitacional. Em 2009, quando o Sistema Construtivo Leve de Alto Desempenho para Vedação Vertical foi criado, o Brasil acumulava um déficit 7 milhões e 700 mil unidades. Atualmente, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, o déficit habitacional do país chega a 6 milhões e 350 mil unidades. (Repórter: Priscila Paganotto)