Paraná vai ampliar estudos sobre uso do biogás como combustível
12/06/2019
O governador Carlos Massa Ratinho Junior conheceu, nesta quarta-feira, em Foz do Iguaçu, o projeto de uso de biogás para abastecimento da frota de carros da Itaipu Binacional. A planta, inaugurada em junho de 2017, é uma parceria entre a hidrelétrica e o Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás, a CIBiogás. A associação reúne 27 instituições que desenvolvem e apoiam projetos relacionados às energias renováveis. O governador avalia que a proposta do uso de biogás como combustível pode ser incorporada pelos órgãos do Estado e pediu estudos da Sanepar e da Compagas para oferecer aos paranaenses modelos mais sustentáveis de consumo, principalmente em cidades menores. De acordo com ele, a transformação pode atender o transporte público de algumas cidades.// SONORA CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR//De acordo com a CIBiogás, enquanto a equação do combustível etanol sai 40 centavos por quilômetro rodado, com o biometano esse valor cai para 24 centavos. A produção do biogás na Itaipu Binacional surge do tratamento do resíduo orgânico gerado nos restaurantes internos, de esgoto, de parte da poda da grama e de outros materiais enviados por entidades parceiras. Também produzidos 300 mil litros de biofertilizante por mês, usados como adubo para canteiros e gramados. O produto final, com até 96% de pureza, tem as características exatas do gás natural. Entre 2017 e o ano passado, a CIBiogás estima que esse processo evitou a propagação de mais de uma tonelada e 200 quilos de gases do efeito estufa. Além da usina em Itaipu, a CIBiogás e órgãos do Estado lideram outras iniciativas de energias renováveis. Entre elas, a geração distribuída de energia elétrica a partir de biomassa residual da suinocultura e pequenas redes que garantem a reserva de energia em propriedades rurais. Entre Rios do Oeste, por exemplo, começa no mês que vem a distribuir energia produzida a partir do tratamento dos dejetos de aproximadamente 40.000 suínos. No município, a produção de carne suína é mais de 30 vezes maior do que o número de habitantes e os dejetos eram aplicados na lavoura como adubo, porém esse material tem alto potencial de poluição dos recursos hídricos, além de produzir gases de efeito estufa. Por meio de biodigestores instalados nas propriedades participantes do projeto, o biogás vai ser produzido e canalizado para conversão em energia elétrica. Segundo o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo Regis de Almeida Galvão, essas possibilidades atacam problemas históricos relacionados a transporte público, combustíveis fósseis e depósito de resíduos.// SONORA RODRIGO REGIS DE ALMEIDA GALVÃO//A energia gerada vai ser usada para compensar o consumo energético nos prédios públicos do município, num total de 72 unidades consumidoras. Já os produtores envolvidos vão receber um repasse mensal pelo volume de biogás injetado na rede. O CIBiogás, com apoio técnico da equipe do Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos e do Centro Internacional de Hidroinformática, ambos do Parque Tecnológico Itaipu, em parceria com a Copel, também desenvolve o projeto-piloto de Microgrid na Região Oeste, em São Miguel do Iguaçu. O projeto vai ser instalado na Granja Colombari, que já dispõe de uma planta de biogás com biodigestores e as matérias-primas são os dejetos da produção de suínos. Assim, nos casos de queda da energia, vai ser possível que o próprio produtor rural atenda a demanda energética de uma pequena região com microrredes de distribuição de energia elétrica, por isso do nome Microgrid. O sistema vai atuar apenas em modo emergencial para evitar que as propriedades rurais fiquem sem energia enquanto a rede principal da Copel não se recompõe. A previsão é de que ele comece a operar até o final deste ano, com 75 quilowatts-hora de potência instalada. (Repórter: Priscila Paganotto)