Paraná está entre os primeiros estados do país em número de presos que estudam
02/05/2019
O Paraná atingiu, no mês de março, a marca de 47% dos presos fazendo algum tipo de atividade educacional, segundo o Depen, o Departamento Penitenciário. O índice é superior a fevereiro, quando o Estado fechou com 36% e alcançou o segundo lugar entre as unidades da federação, perdendo para o Piauí, que tinha 40% dos detentos em atividades. O estado nordestino ainda vai contabilizar os números de março. O Departamento Penitenciário do Paraná tem sob custódia 21.508 presos atualmente, dos quais 10.264 praticam algum tipo de estudo. Já o número de detentos que trabalham soma 6.601 ou 30% da população carcerária. Esses números são do Depen e relativos ao mês de fevereiro. Além da reinserção gradativa na sociedade, trabalhar ou estudar na prisão significa a diminuição da pena. A cada três dias trabalhados, um é descontado e doze horas de estudo valem o crédito de um dia. De acordo com o diretor do Depen, Francisco Caricati, os números são bons, mas a ideia é fazer com que todos os presos no Paraná estudem ou trabalhem.// SONORA FRANCISCO CARICATI//Para que todos os presos possam estudar ou trabalhar, o Depen foca em duas medidas: as prisões, ou galerias, 100% escola e as celas com tablet. O primeiro projeto já funciona em dez unidades prisionais do Estado. Já a “prisão multimídia” tem caráter experimental e começou em Cruzeiro do Oeste. Mauri, de 48 anos, é um bom exemplo do sucesso do programa. Ele começou a trabalhar enquanto cumpria pena na Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Por sete anos, ele fez de tudo na olaria de tijolos ecológicos que existe dentro do complexo, desde o molde do tijolo até o conserto das máquinas que estragavam. Ele conta que foi recontratado com carteira assinada, quando terminou de cumprir a pena e já são 7 anos de contrato regular.// SONORA MAURI//Atualmente, a Colônia Penal conta com 704 presos trabalhando de um total de 1.068 pessoas. Éder, de 33 anos, trilha um caminho diferente rumo à ressocialização. Detento da Unidade de Progressão da Penitenciária Central do Estado, também em Piraquara, ele conta que colocou na cabeça que teria um ensino superior e após muita pesquisa, decidiu cursar Filosofia para entender melhor a mente humana.// SONORA ÉDER//Leandro, de 33 anos, retomou, neste ano, a 7ª série na Colônia Penal e afirma que além da escola, trabalha fazendo artesanato dentro da unidade.// SONORA LEANDRO//O Paraná lidera outra estatística. Em março deste ano, passou também a ser o estado com menor superlotação carcerária do país. Atualmente, o índice é de 15% acima da capacidade. Os números devem melhorar com a inauguração de quatro presídios até o final deste ano, dois em Piraquara, um em Campo Mourão e outro Foz do Iguaçu. A capacidade será para 1.500 presos. A previsão é entregar, ao longos dos próximos quatro anos, 13 novas penitenciárias e Casas de Custódia, que vão permitir a abertura de 6 mil novas vagas. Outra ação foi a transferência da administração de 37 carceragens de delegacias da Polícia Civil para o Depen. Com isso, cerca de 6 mil detentos passam a ter as mesmas condições de custódia fornecidas em todo o sistema prisional. (Repórter: Priscila Paganotto)