Paraná é o terceiro estado do Brasil em produtos de origem certificados

01/02/2019
O Paraná é o terceiro estado brasileiro com o maior número de produtos certificados ou em processo de certificação de Indicação Geográfica, atrás apenas de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Os chamados produtos de origem são aqueles com característica diferenciada por serem produzidos em uma região ou território específicos. Ao todo, sete já foram certificados e outros cinco aguardam a chancela do INPI, Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que atesta a autenticidade da produção. O café do Norte Pioneiro, a erva-mate de São Mateus do Sul, o mel de Ortigueira e do Oeste do Paraná, a goiaba de Carlópolis, a uva fina de mesa de Marialva e os queijos da Colônia Witmarsum, em Palmeira, já receberam a Indicação Geográfica. Já a bala de banana de Antonina, o melado de Capanema e a cachaça, o barreado e a farinha de mandioca do Litoral paranaense estão em processo final de certificação pelo INPI. Segundo o diretor-presidente do Instituto Emater, Natalino Avance de Souza, a certificação mostra ao consumidor que aquele produto foi feito com todos os requisitos técnicos necessários, com padrões de produção rígidos e que o produtor se dedicou a seguir protocolos técnicos definidos.// SONORA NATALINO AVANCE DE SOUZA.// A Indicação Geográfica é dividida em duas categorias. A Indicação de Procedência ocorre quando uma região é reconhecida como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto, levando em conta o fazer tradicional. As balas de banana de Antonina pleiteiam junto ao INPI um reconhecimento deste tipo, já que, além de ser feito com um ingrediente abundante no Litoral do Estado, a receita do doce é a mesma há 40 anos. Já a Denominação de Origem está relacionada a um produto vindo de um meio geográfico específico, que influencia na característica da produção. Um exemplo são as uvas finas de mesa de Marialva, no Noroeste. As condições climáticas da região aliadas a inovações na cultura garantem as qualidades específicas da fruta, que recebeu o reconhecimento no ano passado. Órgãos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, como a Emater e a Agência de Defesa Agropecuária, dão apoio e assistência técnica para que os produtores se organizem para conseguir o reconhecimento. Natalino Souza ressalta que diversos órgãos trabalham em conjunto para conseguir esse reconhecimento, e a Emater é um deles.// SONORA NATALINO AVANCE DE SOUZA.// A importância da erva-mate para a história do Paraná foi um dos fatores que levou à certificação do produto no ano passado. A cultura da erva-mate em todo o Estado, em especial na região Sul, está ligada à emancipação política do Paraná da então província de São Paulo, em 19 de dezembro de 1853. O reconhecimento foi dado para a região que compreende São Mateus do Sul e outros cinco municípios limítrofes: Antônio Olinto, Mallet, Rebouças, Rio Azul e São João do Triunfo. Helinton Lugarini, presidente da Associação dos Amigos da Erva-mate de São Mateus do Sul e coordenador do Fórum Origem Paraná explica que o diferencial foi comprovado com uma documentação histórica da época da emancipação política do Paraná, que relaciona o papel da erva-mate nesse processo.// SONORA HELINTON LUGARINI.// Somente em São Mateus do Sul, 3 mil propriedades cultivam o produto e precisam respeitar alguns requisitos. As mudas devem ser provenientes das cidades indicadas e plantadas em uma região sombreada com a mata nativa, como o pinheiro, imbuia e o cedro. (Repórter: Amanda Laynes)