Paraná avança na industrialização e tem o terceiro maior crescimento do País no intervalo de 10 anos

22/06/2021
O Paraná foi o terceiro estado que mais ganhou participação na produção da Indústria de transformação brasileira na última década. O crescimento de 1,05% fez com que o índice passasse de 6,38% para 7,43%. De acordo com a pesquisa elaborada pela CNI, Confederação Nacional da Indústria, a evolução paranaense foi puxada pelos setores de Impressão e Reprodução, Produtos de Madeira, Veículos Automotores e Celulose e Papel.

O levantamento foi feito com base nos dados do Sistema de Contas Regionais do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e leva em consideração o intervalo entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018. Apenas Pará, com 1,41% e Rio Grande do Sul, com 1,08%, tiveram desempenho melhor neste recorte de 10 anos.

O resultado consolida o Paraná como o quarto maior polo industrial do País, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O governador Carlos Massa Ratinho Junior, destacou que é uma demonstração da força do trabalho dos paranaenses e também de que as grandes empresas veem o Paraná como um estado estratégico para investir. //SONORA RATINHO JUNIOR//


Com saldo superior a 93 bilhões de reais, o Estado é também o quarto com maior participação no PIB, o Produto Interno Bruto da indústria no Brasil , com 7,1%, novamente atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.


Essa fatia, contudo, sobe para 37,6% quando se observa a soma das riquezas industriais apenas da Região Sul, onde Rio Grande do Sul tem 35,7% e Santa Catarina 26,7%.

A pesquisa aponta que a expansão se dá em virtude do desempenho de alguns segmentos em especial. Os Serviços de Utilidade Pública, por exemplo, respondem por 19,4% do PIB industrial paranaense, seguido pela Construção, Alimentos, Veículos Automotores e Derivados de Petróleo e Biocombustíveis.


O resultado de abril de 2021, na comparação com o mesmo mês de 2020, foi ainda mais expressivo. Primeiro lugar do Sul e terceiro do Brasil, a produção industrial estadual avançou 55,1% no período, reflexo da recuperação econômica, já que abril de 2020 foi um dos meses mais restritivos da pandemia da Covid-19. No País, o crescimento foi de 34,7%.

No quadrimestre, a indústria de transformação do Paraná avançou em 11 dos 13 setores analisados pelo IBGE. O crescimento mais expressivo foi na fabricação de máquinas e equipamentos, que aumentou 59,5% no período.

Um bom exemplo dessa expansão é a Valmet. Instalada desde 2011 em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, a indústria especializada em tecnologias, serviços e automação para celulose, papel e energia passa pela pandemia sem sentir qualquer efeito da crise econômica. Pelo contrário. Cresceu em produção e na contratação de mão de obra durante todo o período. Atualmente conta com 500 colaboradores, 470 instaladas em Araucária e outros 30 em Ortigueira, nos Campos Gerais, fruto de um contrato de fornecimento para o projeto de expansão da Klabin na região.

O presidente da Valmet para a América do Sul, Celso Tacla, destacou que a necessidade dos clientes casada com a opção por tecnologia e inovação ajudam a explicar esse bom momento. Ele disse que a planta em Araucária já foi aberta em processo de expansão por causa de um contrato muito grande assinado em 2011. //SONORA CELSO TACLA//


Um dos mais importantes produtores de alimento do mundo, o Paraná vê o crescimento consistente em diversas cadeias. Principal produtor nacional de proteína animal, o Estado produziu um milhão e meio de toneladas de carne no primeiro trimestre de 2021, quase um quarto da produção nos primeiros três meses em todo o Brasil.

Enquanto o volume de carne reduziu no Brasil em relação ao primeiro trimestre de 2020, a produção paranaense cresceu 4,8% no período. Março foi o mês que liderou o abate, com a produção de 548 mil toneladas de carne de frango, suína e bovina.


Números com viés de alta, especialmente após a chancela de área livre de febre aftosa sem vacinação conquistada em maio, o selo é dado pela Organização Mundial de Saúde Animal. Mudança de patamar que cria a perspectiva de incremento no comércio internacional de proteínas animal.

Especializada em cortes de suínos, a Alegra, instalada em Castro, acompanha a movimentação do mercado com atenção. Com pouco mais de 1.600 colaboradores, a empresa planeja dobrar a produção em um curto espaço de tempo. Atualmente, são processadas na planta dos Campos Gerais 8 mil toneladas de carne por mês, 3.500 cabeças são abatidas diariamente. Matthias Rainer Tigges, superintendente da Alegra, afirmou que a expectativa é de mais crescimento da empresa mesmo com a pandemia. //SONORA MATTHIAS RAINER TIGGES//

O Paraná é o segundo maior produtor de suínos, segmento que teve aumento de 10,6% no primeiro trimestre de 2021. Foram 241 mil toneladas de carne produzidas e 2 milhões e meio de porcos abatidos no período, 211 mil a mais que no mesmo período do ano passado.

O Estado ocupa também a vice-liderança na produção de leite. Entre janeiro e março de 2020 foram adquiridos 879 mil litros de leite cru, dos quais 879 mil litros acabaram industrializados. O volume foi 3,8% superior ao do primeiro trimestre de 2020.

De acordo com a Invest Paraná, autarquia responsável pela atração de investimentos privados, o Estado soma mais de 45 bilhões de reais em atração de indústrias desde o início da atual gestão, em 2019. Entre os contratos confirmados e em andamento estão Klabin, com 11 bilhões e 700 milhões de reais, JBS com 1 bilhão e 800 milhões de reais, Renault 1 bilhão e 100 milhões de reais, Heineken com 865 milhões de reais e Prati Donaduzzi com 650 milhões de reais, entre outros. (Repórter: Flávio Rehme)