Para impulsionar reintegração social, Paraná dobra número de apenados com trabalho

12/03/2025
O sistema penal do Paraná dobrou o número de pessoas privadas de liberdade que trabalham nos últimos cinco anos. Com um total de 13.086 pessoas inseridas atualmente em 1.025 canteiros de trabalho em todo o Estado, a Polícia Penal do Paraná tem intensificado a prática como um meio de reintegração social e uma fonte de receita. Em 2018, esse número era de 6.150. O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini, destacou que esses projetos reforçam o compromisso da instituição com a ressocialização dos detentos. // SONORA MAURÍCIO FERRACINI //

A Polícia Penal possui atualmente 640 canteiros de trabalho próprios, nos quais SÃO desempenhadas funções essenciais para a manutenção de estabelecimentos penais como lavanderia, limpeza, jardinagem, e até mesmo a produção de blocos de concreto, uniformes e chinelos. Além dos canteiros próprios, o Estado firmou 385 parcerias com empresas públicas e privadas, criando canteiros cooperados. Neles, a remuneração das pessoas privadas de liberdade varia conforme o regime em que se encontram. Para os monitorados, que cumprem pena em casa com tornozeleira eletrônica, a remuneração é de 100% do salário mínimo, já para os apenados em regimes fechado e semiaberto, o pagamento é de 75%, sendo 25% do valor destinado ao Fundo Penitenciário do Paraná e 75% destinado a uma conta poupança do apenado. Deste valor, 80% podem ser retirados pelos familiares, enquanto que os 20% restantes na poupança são liberados somente após a liberdade do custodiado. A seleção de qual apenado vai ser direcionado para qual canteiro é feita por uma Comissão Técnica de Classificação, que avalia questões jurídicas como tempo de progressão de regime, comportamento carcerário, questões de ordem psicológica e social e vínculo com crime organizado, priorizando as pessoas por tempo de reclusão. A triagem já inicia logo na chegada à unidade, onde são armazenados dados como nível de escolaridade, lugares em que a pessoa já trabalhou e quais cursos profissionalizantes possui. (Repórter: Gustavo Vaz)