PCPR desmonta esquema de adulteração de álcool em gel e fraude a licitações

25/06/2021
A Polícia Civil do Paraná desmantelou uma associação criminosa envolvida com fraudes em licitações e adulteração de álcool em gel. Três pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira em São José dos Pinhais, na Região de Curitiba, e na Capital. Os policiais civis cumpriram, ainda, mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em três indústrias que faziam parte do esquema. As investigações iniciaram em janeiro deste ano, quando uma amostra de álcool gel produzida por essas empresas foi submetida a análise laboratorial na UFPR. Lá foi constatado que o produto apresentava concentração cerca de 10% abaixo da exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As amostras foram encaminhadas para outro laboratório que também reprovou produto. Após esses procedimentos, a Secretaria estadual de Saúde orientou a interdição dos produtos fabricados nas três indústrias. Durante as investigações também foi constatado que as três empresas faziam ilegalmente uso do registro, junto à Anvisa, de notificação de produto de duas grandes marcas de álcool do País, além de fraudar os rótulos e o nome do engenheiro químico responsável pelo produto. De acordo com a Polícia Civil, ao menos desde 2009 as indústrias trabalhavam nestas condições. A PCPR também apurou que houve fraude a licitações. As empresas forneciam para prefeituras testes para o diagnóstico de câncer de próstata, com participação exclusiva em processos licitatórios, sem que tivessem autorização para comercialização destes testes. De acordo com o inquérito, uma das empresas participa de licitações pelo menos desde 2013, praticamente sempre junto às mesmas prefeituras, além de empresas da administração pública municipal e universidades. Cada um dos certames será investigado em inquéritos à parte. Além dos presos, outras pessoas também serão indiciadas, entre elas contadores, advogados e outros empresários. A PCPR também não descarta a participação de agentes públicos. Os envolvidos devem responder por crime contra a saúde pública, crime contra o meio ambiente, associação criminosa, coação no curso do processo, falsidade ideológica, crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Outros detalhes podem ser conferidos em xoops.celepar.parana/migracao/secs_aenoticias. (Repórter: Wyllian Soppa)