O Paraná que faz vinhos e espumantes premiados

08/01/2021
Em 2020, o primeiro lugar na categoria de vinhos Cabernet Sauvignon da Grande Prova de Vinhos do Brasil teve dois vencedores. As vinícolas Franco Italiano e Araucária dividiram a primeira colocação e ilustram da melhor forma possível que o Paraná, apesar de produzir cerca de 1% dos vinhos feitos no Brasil, tem feito as bebidas de melhor qualidade em todo o território nacional.
Fernando Rausis é a quarta geração da família produzindo vinhos. A propriedade onde a vinícola Franco Italiana está instalada hoje, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, é o lado francês da empresa, legado da parte paterna de Rausis.
Já a parte materna da família, de origem italiana, justifica a outra vertente da vinícola, que produz cerca de 15 rótulos, entre vinhos finos e coloniais que já receberam as mais importantes premiações no Brasil e no mundo. É o caso do Cabernet Sauvignon Sensurata, que pelo segundo ano consecutivo foi eleito o melhor do Brasil.
Rausis afirma que 2019 e 2020 foram anos especiais para a vinícola. //SONORA FERNANDO RAUSIS//
Dois produtos da empresa, por exemplo, acabaram de ser premiados no Rio de Janeiro. Em outubro, o espumante Brut Branco conquistou 93 pontos no Grande Prêmio Vinhos do Brasil, a maior prova às cegas de vinhos nacionais disponíveis no mercado, e bateu o grande campeão, o chamado duplo-ouro.
Performance semelhante ao espumante Extra-Brut Branco da RH, que também terminou em primeiro lugar, mas com 92 pontos. Títulos que se juntam na estante da vinícola à medalha de prata de 2015 e à medalha de ouro de 2017.
A disputa, explica a engenheira agrônoma e proprietária da empresa, Odilete Rotava Herget, reuniu 1.309 amostras de nove estados do País. Destes, 428 eram de espumantes, ela afirma ser motivo de muita satisfação e orgulho essas conquistas. //SONORA ODILETE ROTAVA HERGET//



O ano de 2020 foi decisivo para os produtores de vinhos nacionais. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, que paralisou os setores de eventos, bares e restaurantes, o Brasil registrou aumento no consumo de vinho. De janeiro a agosto foram comercializados 313 milhões de litros, 37% a mais do que o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Ideal Consulting.

Um dos fatores é que, em virtude da alta do dólar, houve valorização do produto nacional em detrimento do vinho de países como Chile, Argentina, Itália e Portugal, por exemplo.
No Paraná a produção de uva está espalhada na maior parte das regiões do Estado. Atualmente são 3 mil 584 hectares dedicados à cultura, com uma produção de cerca de 53 mil toneladas, de acordo com dados do Deral, o Departamento de Economia Rural.
O agricultor Felix Eudes Moleta sempre plantou fumo. Mas ter um parreiral era o sonho dele. Há 22 anos ele começou a plantar as primeiras parreiras. Há dez anos ele implantou a vinícola e começou a produzir vinho.
Felix afirma que o produto está mais disponível em Prudentópolis e municípios vizinhos,mas o objetivo é expandir os pontos de venda. //SONORA FELIX EUDES MOLETA//
A vinícola recebe grupos de turistas, que visitam a cidade para visitar as famosas cachoeiras da região. Além de conhecerem um pouco mais do processo produtivo, os turistas degustam as bebidas e quase nunca saem de mãos vazias. (Repórter: Flávio Rehme)