Museu Alfredo Andersen, em Curitiba, vai investir na formação de novos artistas

20/02/2019
Antes de começar um curso de Pintura para acompanhar a mãe logo após a formatura em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, há 22 anos, Luiz Gustavo Vidal Pinto já tinha uma relação próxima com a arte. Desde a infância, se aventurava entre papéis e tintas e depois de mais de 20 anos na área, o advogado e artista visual ganhou a missão de cuidar da casa e do acervo do pai da pintura paranaense, Alfredo Andersen. Luiz Gustavo Vidal Pinto é o novo diretor do Museu Casa Alfredo Andersen e do Centro Juvenil de Artes Plásticas, órgãos do Governo do Paraná para a formação de novos artistas. O novo diretor afirma que a arte contemporânea jamais deve esquecer a história e Alfredo Andersen faz parte dela.// SONORA LUIZ GUSTAVO VIDAL PINTO//Uma das propostas do novo diretor é tornar uma das salas do Museu Alfredo Andersen um "Mini Parque Lage", parque histórico do Rio de Janeiro que abriga a tradicional Escola de Artes Visuais. O apreço do artista pelo desenho veio inspirado em uma das avós dele, Dolores Gomes, a "vó Lola", que ministrava aulas de porcelana e tinha contato com artistas como Juarez Machado, catarinense formado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e que despontou para o mundo. Imerso neste meio, ainda menino, Luiz Gustavo Vidal conta que tinha mania de desenhar tudo e todos no Colégio Bom Jesus, onde estudou e até parou na sala da diretoria ao desenhar um gafanhoto com a cara de um coleguinha que, incomodado, reclamou.// SONORA LUIZ GUSTAVO VIDAL PINTO//A maior parte da obra de Luiz Gustavo Vidal, hoje em acervos em museus, como o Nacional e o da República, trata, sobretudo, de temas como a mobilidade urbana e avanços tecnológicos e surgiu de forma autodidata. Aos 24 anos, ele entrou na direção da Associação dos Artistas Plásticos do Paraná e além de pintar os quadros da diretoria, assumiu uma área até então de pouca atenção dentro da associação, como contratos, direitos autorais e de imagem. Assim, uniu Direito e Arte e abraçou um segmento com poucos especialistas na época. Na sequência, ele representou o Paraná em Brasília, no então Ministério da Cultura, para a criação de um plano nacional de artes visuais, e dirigiu a Comissão Especial de Cultura de Arte da OAB Paraná. Luiz Gustavo Vidal trabalhou, ainda, com a curadoria de exposições e eventos, como a Bienal de Curitiba, e julgou prêmios como o Marcantonio Vilaça, da Funarte. Para o Museu Casa Alfredo Andersen, restaurado no ano passado em um projeto com recursos de 700 mil reais destinados pela Renault do Brasil por meio do programa Paraná Competitivo, o novo diretor pretende explorar o conceito de museu-casa. De acordo com ele, a proposta é mostrar a vida e a obra do Alfredo Andersen não só por meio dos quadros, com o acervo de 400 itens, a maior parte, pinturas.// SONORA LUIZ GUSTAVO VIDAL PINTO//Outro projeto é ampliar o número de cursos. O espaço já tem duas novas salas para novidades como curso de fotografia e mais professores para os cursos de Pintura e Cerâmica. Também está nos planos firmar um convênio com o Museu Oscar Niemeyer para que alunos visitem o espaço gratuitamente, e maior foco em artistas paranaenses nas aulas do Centro Juvenil, que vai passar a atender crianças maiores de oito anos. Além disso, a intenção é abrir licitação para a instalação de um café na edícula do Museu Alfredo Andersen, atualmente sem um uso específico. (Repórter: Priscila Paganotto)