Morte de abelhas leva a Polícia Científica a identificar agrotóxico usado irregularmente no Brasil
16/10/2024
A Polícia Científica do Paraná concluiu a perícia realizada em abelhas encontradas mortas em março deste ano no interior do Estado. O trabalho, finalizado em setembro, foi realizado pelas Seções de Química Forense e de Crimes Ambientais e resultou na identificação de inseticida de uso suspenso no Brasil desde 2023. O agrotóxico é o Fipronil, que foi utilizado irregularmente. O produto é indicado para pulverização foliar e no solo, mas apresenta riscos para colônias de abelhas, comprometendo a orientação olfativa e os movimentos dos insetos, o que pode levar à morte em até oito dias. O sucesso da identificação foi possibilitado pelo investimento em tecnologia, com a aquisição de dois cromatógrafos gasosos pela PCP em 2023. A análise foi destaque no 27º Congresso de Criminalística, realizado em São Luiz, Maranhão, no início de setembro. O trabalho, intitulado “Identificação do inseticida fipronil em abelhas mortas no Interior do Paraná”, foi feito em parceria com a UFPR. A Polícia Científica ressaltou que a colaboração entre instituições e o investimento em pesquisa e tecnologia são essenciais para a segurança ambiental e a preservação das abelhas, que desempenham um papel crucial na biodiversidade e na agricultura, sendo responsáveis por 75% da polinização das culturas agrícolas. O projeto Agroforense, parte da reestruturação da Polícia Científica do Paraná, visa ampliar a capacidade de perícias em crimes ambientais e agrários. Além disso, 16 novos técnicos de perícia foram incorporados neste mês, reforçando as equipes em todo o Estado. Em 2023, a instituição recebeu 76 novos servidores e um tablet forense avançado da Turquia. A reestruturação também unificou cargos na carreira de Perito Oficial Criminal e melhorou a remuneração dos profissionais. (Repórter: Gabriel Ramos)