Melado de Capanema, na Região Sudoeste do Estado, conquista selo de qualidade geográfica

20/01/2020
Mais um produto tipicamente paranaense ganhou reconhecimento nacional. O Inpi, Instituto Nacional da Propriedade Industrial, concedeu a indicação geográfica para o melado de Capanema, na Região Sudoeste. O produto passa a ser comercializado com o selo “Capanema”, único no mercado. A Indicação Geográfica é a identificação que dá origem a um produto ou serviço. Após conquistado, somente os produtores e prestadores de serviços da região podem usar o selo. Com isso, o melado de Capanema é mais valorizado, permitindo a expansão do comércio no Brasil e no Exterior. De acordo dados da prefeitura, Capanema tem oito agroindústrias e 16 produtores de cana de açúcar, base do melado batido da região. A produção do produto na cidade, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, é de 400 toneladas por ano. Para o secretário Norberto Ortigara, as cooperativas e 9 indústrias de médio porte de Capanema garantem 200 empregos diretos.// SONORA NORBERTO ORTIGARA//A conquista do certificado já mobiliza os produtores locais, como Itamar Schuck, que é diretor-presidente da Cooperativa Agroindustrial Fronteira Iguaçu, com 45 cooperados. Ele fala em ampliar a produção para conseguir levar o produto a novos mercados.// SONORA ITAMAR SCHUCK//Gilberto Hass também é produtor e disse que o selo foi conquistado porque o município tem uma geografia favorável, que garante uma cana de açúcar diferenciada, e o terreno com pedregulho e o clima quente, que deixam o produto com mais sacarose, ficando mais doce.// SONORA GILBERTO HASS//Com a modernização, a produção de Gilberto pode passar de 400 quilos de melado a cada dois dias para 2.500 quilos. A família também tem planos de exportação da mercadoria para Estados Unidos e Holanda. Outro fator que influencia a produção de melado no Sudoeste do Paraná é a proximidade do Rio Iguaçu. O agrônomo Rafael Morgenstern voltou para Capanema para ajudar a família que há 22 anos produz e vende açúcar mascavo e melado. Eles fabricam 1500 quilos de cada produto por semana. De acordo com ele, o rio garante qualidade no processo de irrigação e o selo do INPI dá expectativas novas para a produção.// SONORA RAFAEL MORGENSTERN//A secretária municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Raquel Belchior Szimanski, diz que para o produto ficar tipicamente de Capanema, depende da moagem da cana, do processo de decantação, da fervura em alta temperatura para a retirada de impurezas, além do processamento em um tacho acoplado a uma batedeira.// SONORA RAQUEL BELCHIOR SZIMANSKI//A prefeitura de Capanema quer usar a Indicação Geográfica do melado como propaganda da cidade. A ideia, segundo o prefeito Américo Bellé, é tornar a cidade mais conhecida, atraindo turistas para conhecer as belezas naturais.// SONORA AMÉRICO BALLÉ//A 21ª edição da feira do melado acontece entre os dias 12 e 16 de agosto. O Paraná conta hoje com oito produtos com Indicação Geográfica reconhecida. Além do melado de Capanema, receberam destaque do INPI a erva-mate de São Mateus do Sul; o café do Norte Pioneiro; a goiaba de Carlópolis, o queijo colonial de Witmarsun; as uvas finas de Marialva; e o mel de Ortigueira e da Região Oeste. O açúcar mascavo produzido em Capanema está passando por detalhes para ser reconhecido pelo INPI, assim como a bala de banana de Antonina, a cachaça de Morretes, e o barreado e a farinha de mandioca, tradicionais no Litoral do Paraná. (Repórter: Priscila Paganotto)