Maior biofábrica do mundo de mosquitos Wolbitos de combate à dengue será em Curitiba
30/10/2024
Uma nova fábrica de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, chamada Wolbitos, está em construção no Paraná para combater dengue, chikungunya e Zika. Localizada em Curitiba, a biofábrica, que será a maior do mundo, já está com 35% das obras concluídas e deve começar a operar em 2025. O projeto foi atualizado durante um evento no Tecpar, em Curitiba, que marcou os dez anos do Método Wolbachia no Brasil. A Secretaria de Estado da Saúde, o Ministério da Saúde, a Fiocruz e representantes de municípios beneficiados participaram. Instalada no Parque Tecnológico da Saúde e administrada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná em parceria com o World Mosquito Program, a fábrica produzirá cerca de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, com prioridade para municípios de alto risco. A estimativa é que, em 10 anos, o método beneficie cerca de 140 milhões de brasileiros. A Wolbachia é uma bactéria presente em aproximadamente 60% dos insetos no mundo. Em laboratório, os pesquisadores conseguiram introduzir esta bactéria dentro dos ovos de Aedes aegypti. Foi comprovado que, quando a bactéria está presente no mosquito, estes vírus não se desenvolvem bem, reduzindo a sua transmissão. De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Lucia Belmonte, os resultados são promissores. // SONORA IVANA LUCIA //
No Paraná, desde que as biofábricas para soltura inauguraram, em julho, já foram soltos cerca de 13 milhões de Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Para a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Livia Vinhal, o momento da implantação da metodologia é oportuno. // SONORA LIVIA VINHAL //
Para Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, esses dez anos desenvolvendo o projeto trouxeram resultados significativos de redução do mosquito transmissor. // SONORA LUCIANO MOREIRA //
Desenvolvido na Austrália, o método é usado no Brasil porque, desde 2014, o país é um dos 14 que compõem o Programa Mundial de Mosquitos. A iniciativa internacional é conduzida pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. (Repórter: Gabriel Ramos)