Lodo de esgoto beneficia pequenos agricultores no Paraná

06/03/2020
Pequenas propriedades de café, laranja, soja, amora e trigo da região do Vale do Ivaí, Paranapanema e Norte Pioneiro já começam a receber lodo gerado no processo de tratamento de esgoto da Sanepar. A previsão é que a Companhia de Saneamento do Paraná distribua cerca de duas mil toneladas de lodo nestas áreas. Um dos beneficiados, o agricultor Rogério Edson Tambarucci, de Lunardelli, município localizado a 25 quilômetros de Ivaiporã, comemorou a chegada do lodo na propriedade nesta semana. O sítio dele tem seis alqueires dedicados à produção de laranja. O agricultor afirma que os resultados econômicos da aplicação foram visíveis logo na primeira vez em que usou o produto, no ano passado, na plantação de laranja do Sítio São Benedito. Na área que recebeu o lodo de esgoto o ganho de eficiência da produção foi de 18%. Empolgado com este resultado e com a possibilidade de ganhos progressivos ao longo dos anos, além da redução de custos com o preparo do solo, Rogério recomenda a adesão de outros agricultores.// SONORA ROGÉRIO EDSON TAMBARUCCI.//
Resíduo sólido resultante do processo de tratamento de esgoto doméstico, o lodo pode substituir, em parte, adubos químicos. O material é rico em cálcio, magnésio, nitrogênio e fósforo por causa da cal aplicada para higienizar e estabilizá-lo, isto é, torná-lo seguro para manuseio e produção agrícola. O gerente-geral da Sanepar na Região Nordeste, Rafael Malaguido, destaca o aspecto social do Programa do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto da Sanepar, já que o lodo é distribuído sem custo para o agricultor, com prioridade para os pequenos produtores.// SONORA RAFAEL MALAGUIDO.//
Descendente de poloneses, Cassemiro Naiewski cria bicho-da-seda no Sítio São José, em Arapongas, há 22 anos. O lodo entregue pela Sanepar na última terça-feira foi pedido pelo agricultor há cerca de dois anos, após observar os resultados registrados pelo vizinho que também cria bicho-da-seda. Ele tem boas expectativas com a aplicação do lodo de esgoto na produção de amoreira, alimento da lagarta tecedeira.// SONORA CASSEMIRO NAIEWSKI.//
Já a família Navarro iniciou a aplicação do lodo de esgoto da Sanepar nesta semana, respeitando o prazo de 15 dias desde o recebimento do lote. O pai Adilson e os filhos Renato e Rodrigo produzem café no Sítio Bom Jesus, no Distrito Pirapó, em Apucarana. Adilson conta que recebeu indicação da Emater.// SONORA ADILSON NAVARRO.//
Antes de ir para a agricultura, o lodo de esgoto distribuído pela Sanepar recebe tratamento para torná-lo 100% seguro para o manuseio em campo. Ainda assim, a legislação brasileira restringe o uso para culturas que tenham contato direto com o lodo. É proibido o uso em hortas, tubérculos, raízes, culturas inundadas, bem como em áreas de integração de lavoura, pecuária e floresta, por exemplo. O técnico agrícola da Emater em Apucarana Marcos Antonio Sanchez tem acompanhado a aplicação do lodo de esgoto da Sanepar na região.// SONORA MARCOS ANTONIO SANCHEZ.//
A segurança do lodo é garantida pelo cumprimento de normas federais e Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente. No Paraná, são estabelecidos critérios para uso seguro do lodo de esgoto na agricultura. (Repórter: Amanda Laynes)