Lacen é referência nacional em monitoramento de doenças e inovação nos processos
02/01/2023
O Lacen, Laboratório Central do Estado é o laboratório de referência para a saúde pública no Paraná. Nele, são feitos exames voltados à vigilância epidemiológica e ao monitoramento de doenças infecciosas de notificação obrigatória. É ele quem gera os "alertas" que se transformam em políticas públicas de proteção das comunidades, campanhas de vacinação e reforço do atendimento em saúde em determinados locais, em parceria com as prefeituras. Nele foram detectados os primeiros casos de Covid-19 no Paraná, que ajudaram na formatação das primeiras medidas de distanciamento social em março de 2020, mas o trabalho é bem mais amplo, reconhecido nacionalmente, e envolve inovações no diagnóstico da raiva animal, monitoramento de resistência a antimicrobianos e controle da dengue. Na quinta reportagem da série “Paraná, o Brasil que dá certo”, o Lacen, que completou 128 anos, tem ações que viraram referência no Brasil e projetos que influenciaram até o Ministério da Saúde. O DNA inovador da equipe técnica coloca o laboratório entre os melhores do País, com inovação constante nos processos e na infraestrutura localizada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Um grande exemplo disso é o Programa Sentinela. Em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, o Lacen mantém 60 unidades sentinelas espalhadas pelo Estado. Cada uma envia, semanalmente, amostras coletadas de cinco pacientes ambulatoriais que tenham suspeita de dengue. A análise dos resultados obtidos para essas amostras permite definir, de maneira regionalizada, quais são os sorotipos de dengue circulantes e se está ocorrendo introdução de dengue em regiões não endêmicas. Além disso, é possível também fazer o controle de outros arbovírus, como Chikungunya, Zika e Febre Amarela. À medida que o Lacen recebe as amostras das unidades, elas são tabuladas e verifica-se as tendências e eventual aumento do número de casos positivos, antes mesmo do problema se tornar maior. Assim, a Secretaria de Estado da Saúde consegue agir antes de eventuais surtos. Quando são detectados casos positivos, a vigilância epidemiológica faz o georreferenciamento dos casos, identificando focos e contendo a transmissão. Esse trabalho é feito de forma unificada pelo Estado, prefeituras e até mesmo a União. Desta forma, é possível agir de forma preventiva e rápida. Guilherme Nardi Becker, farmacêutico do Lacen, explica que o projeto, além de otimizar recursos, permite que o Lacen faça a vigilância epidemiológica destes vírus e consiga detectar o aumento do número de casos de forma precoce. //SONORA GUILHERME BECKER//
Segundo Becker, o projeto criado em 2020 é uma excelente ferramenta para diminuir gastos. //SONORA GUILHERME BECKER//
Outra novidade trazida pelo programa é a divulgação dos resultados do monitoramento das unidades em tempo real, pela internet. Assim, cada Regional de Saúde pode acessar o site do Lacen e acompanhar os indicadores. A diretora técnica do Lacen, Irina Riediger, completa que, com esse tipo de abordagem, que auxiliou também no mapeamento da circulação de variantes do novo coronavírus nos últimos anos, é possível detectar precocemente a emergência de circulação ou a introdução de um novo sorotipo de dengue – ou de um outro arbovírus qualquer, como o SARS-CoV-2. //SONORA IRINA RIEDIGER//
Outro grande exemplo do trabalho inovador do Lacen é a mudança na forma de fazer o diagnóstico da raiva animal no Paraná. O laboratório, seguindo determinação da OMS, Organização Mundial da Saúde, foi o primeiro do País a deixar de usar testes em animais para a prova biológica da raiva. O método de pesquisa anterior consistia na verificação do vírus da raiva com a utilização de camundongos, prática que foi substituída pelo método in vitro, no qual se pesquisa o material genético do vírus diretamente do tecido do paciente. //SONORA IRINA RIEDIGER//
Com a adoção da nova sistemática, além de deixar de usar animais vivos nos testes, o Lacen reduziu de 30 dias para uma semana o prazo para divulgação dos resultados deste tipo de exame. Com o uso dos animais vivos, isso não era possível porque havia dependência do desenvolvimento da doença induzida no animal explorado como cobaia. O trabalho do laboratório passou por validações, ajustes e depois de um ano foi publicado. A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus Lyssavirus. Ele é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O Lacen também é referência nacional quando o assunto é o monitoramento de resistência a antimicrobianos. Em ambientes hospitalares, pacientes que ficam muito tempo internados acabam contraindo bactérias multirresistentes para as quais não existem drogas ou opções terapêuticas, e que acabam levando a óbito. O que o Lacen faz é monitorar a emergência dessas bactérias, como elas se comportam ao longo do tempo e como elas se distribuem no espaço. De acordo com Marcelo Pillonetto, farmacêutico bacteriologista do Lacen, desde 2014 o laboratório é um dos quatro do País designados pela Anvisa para fazer este tipo de monitoramento. //SONORA MARCELO PILLONETTO//
No ano passado, o Lacen venceu um edital da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde e se tornou uma das 24 instituições no mundo a fazer este tipo de monitoramento. // SONORA MARCELO PILLONETTO//
Para o segundo ano do projeto, a Anvisa também passou a integrar a ação e cuidará do controle e prevenção dessas doenças no ambiente hospitalar. “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. São apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. A primeira abordou o sistema estadual de transplante de órgãos, a segunda a companhia master de dança mais longeva do País, a terceira a cadeia de produção e distribuição de alimentos orgânicos e a quarta a sala exclusiva do Museu Oscar Niemeyer para atender o público autista. (Repórter: Alexandre Nassa)
Segundo Becker, o projeto criado em 2020 é uma excelente ferramenta para diminuir gastos. //SONORA GUILHERME BECKER//
Outra novidade trazida pelo programa é a divulgação dos resultados do monitoramento das unidades em tempo real, pela internet. Assim, cada Regional de Saúde pode acessar o site do Lacen e acompanhar os indicadores. A diretora técnica do Lacen, Irina Riediger, completa que, com esse tipo de abordagem, que auxiliou também no mapeamento da circulação de variantes do novo coronavírus nos últimos anos, é possível detectar precocemente a emergência de circulação ou a introdução de um novo sorotipo de dengue – ou de um outro arbovírus qualquer, como o SARS-CoV-2. //SONORA IRINA RIEDIGER//
Outro grande exemplo do trabalho inovador do Lacen é a mudança na forma de fazer o diagnóstico da raiva animal no Paraná. O laboratório, seguindo determinação da OMS, Organização Mundial da Saúde, foi o primeiro do País a deixar de usar testes em animais para a prova biológica da raiva. O método de pesquisa anterior consistia na verificação do vírus da raiva com a utilização de camundongos, prática que foi substituída pelo método in vitro, no qual se pesquisa o material genético do vírus diretamente do tecido do paciente. //SONORA IRINA RIEDIGER//
Com a adoção da nova sistemática, além de deixar de usar animais vivos nos testes, o Lacen reduziu de 30 dias para uma semana o prazo para divulgação dos resultados deste tipo de exame. Com o uso dos animais vivos, isso não era possível porque havia dependência do desenvolvimento da doença induzida no animal explorado como cobaia. O trabalho do laboratório passou por validações, ajustes e depois de um ano foi publicado. A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus Lyssavirus. Ele é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O Lacen também é referência nacional quando o assunto é o monitoramento de resistência a antimicrobianos. Em ambientes hospitalares, pacientes que ficam muito tempo internados acabam contraindo bactérias multirresistentes para as quais não existem drogas ou opções terapêuticas, e que acabam levando a óbito. O que o Lacen faz é monitorar a emergência dessas bactérias, como elas se comportam ao longo do tempo e como elas se distribuem no espaço. De acordo com Marcelo Pillonetto, farmacêutico bacteriologista do Lacen, desde 2014 o laboratório é um dos quatro do País designados pela Anvisa para fazer este tipo de monitoramento. //SONORA MARCELO PILLONETTO//
No ano passado, o Lacen venceu um edital da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde e se tornou uma das 24 instituições no mundo a fazer este tipo de monitoramento. // SONORA MARCELO PILLONETTO//
Para o segundo ano do projeto, a Anvisa também passou a integrar a ação e cuidará do controle e prevenção dessas doenças no ambiente hospitalar. “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. São apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. A primeira abordou o sistema estadual de transplante de órgãos, a segunda a companhia master de dança mais longeva do País, a terceira a cadeia de produção e distribuição de alimentos orgânicos e a quarta a sala exclusiva do Museu Oscar Niemeyer para atender o público autista. (Repórter: Alexandre Nassa)