Junho foi extremamente seco, aponta Boletim Agrometeorológico do IDR-Paraná

04/07/2024
Junho de 2024 foi um mês extremamente seco no Paraná, exceto no extremo sul. Bloqueios atmosféricos formaram uma massa de ar seco e quente sobre o estado, impedindo a entrada de frentes frias. As regiões Norte e Noroeste foram as mais afetadas, sem registros de precipitações. A média estadual de chuva foi de 44,8 mm, bem abaixo da média histórica de 115,5 mm. Francisco Beltrão, no sudoeste, teve o maior acumulado, com 202,4 mm. As temperaturas ficaram muito acima da média histórica, com máximas variando entre 1,5°C e 5,5°C a mais do que o normal. Umuarama, no Noroeste, registrou uma anomalia de 5,5°C nas máximas. O maior valor absoluto foi 35,2°C em Antonina, no dia 23. Mínimas também ficaram entre 0,1°C e 4,2°C acima da média, com Londrina registrando o junho mais quente desde 1976. A falta de chuvas afetou gravemente a agricultura. No cultivo de trigo, a semeadura atingiu 96%, mas a falta de umidade prejudicou as plantações, especialmente no Norte. As lavouras tiveram desenvolvimento ruim, com crescimento baixo e folhas amareladas. No feijão, a colheita foi antecipada, mas a produtividade sofreu queda devido à estiagem anterior. Para o milho, a colheita também foi antecipada, atingindo 53% no final do mês, mas a seca reduziu a produtividade, principalmente no Norte e Noroeste. A qualidade dos grãos colhidos foi satisfatória, mas algumas áreas foram destinadas à silagem. A fruticultura também sofreu, com a colheita da maçã e do caqui afetadas pelas condições climáticas adversas. A segunda safra de batata teve produtividade variada, com melhores resultados nas áreas irrigadas. A colheita do café foi favorecida pelo tempo seco, mas a disponibilidade de mão de obra foi um desafio. A mandioca e a cana-de-açúcar também enfrentaram dificuldades devido à baixa umidade do solo. No final do mês, uma massa polar trouxe geadas para várias regiões, exceto no Norte, Noroeste e Litoral. General Carneiro, no extremo sul, registrou a menor temperatura de -3,5°C no dia 30. A estiagem prolongada e as temperaturas elevadas elevaram os custos de produção na pecuária, especialmente no Noroeste. (Repórter: Gabriel Ramos)