Japurá abraça a acerola e faz da fruta fonte de emprego, renda no campo e desenvolvimento

25/10/2021
2005 foi o ano da virada para Márcia dos Santos Zani e sua família. Eles decidiram largar o barracão de frango e abraçar de vez a acerola, cultura que começava a ganhar espaço na pequena Japurá, cidade de 9 mil 573 habitantes, no Noroeste do Paraná.

Márcia explica que a transição aconteceu devido a impossibilidade de expansão da avicultura, o antigo ganha-pão, asfixiada pelos limites da pequena propriedade e pelo crescimento da área urbana de Japurá, cinturão cada vez mais próximo da porteira do sítio da família.// SONORA MÁRCIA DOS SANTOS ZANI.//

A história de vida dos Zani é comum em Japurá, sendo que a cada ano, ganha mais personagens, o que garante à cidade o status informal de capital paranaense da acerola. Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, 80 produtores se dedicam à pequena fruta avermelhada no município. Em 2020, produziram mil e 900 toneladas, 51,6% do total produzido pelo Paraná, comércio que movimentou 7 milhões e meio de reais.

Outra produtora de acerola é Iracema Dias Rodrigues, dona de 600 pés da fruta e de uma produção que, nos anos bons, bate na casa das 50 toneladas.// SONORA IRACEMA DIAS RODRIGUES.//

E nesses “tempos bons”, durante a colheita, o trator dos Zani não para na garagem, conta Mauro Aparecido Zani, em que a produção chega a 120 toneladas por ano. São dezenas de idas e vindas diárias puxando a carreta carregada de acerola.// SONORA MAURO APARECIDO ZANI.//

A opção de Japurá pela acerola ganha respaldo na indústria da transformação. São três complexos especializados na produção e comercialização da polpa instalados no município. Ou seja, mais de 90% da colheita dos agricultores familiares têm destino certo.

Acelora que vira polpa para suco e ganha valor agregado na empresa Polpanorte, multiplicando os empregos e a renda na cidade. O gerente cooperativo e industrial da empresa, Rogério Bessa, destacou o grande número de colaboradores, cerca de 450 funcionários diretos, para dar conta das 900 toneladas por ano de acerola que saem da indústria para abastecer os mercados nacional e internacional.// SONORA ROGÉRIO BESSA.//

A acerola é apenas parte do mix de produtos oferecidos pela indústria, entre 27 sabores e misturas de polpas, sete tipos de frutas congeladas, além de uma grande variedade de açaí.// SONORA ROGÉRIO BESSA.//

A cidade, porém, quer mais. O Governo do Estado desenvolve dois projetos que buscam aumentar a produtividade da fruta. Onze agricultores do município começaram a instalar, ainda neste ano, estufas de 970 metros quadrados para proteger a acerola das intempéries do tempo. São quatro floradas por ano, entre setembro e maio, pulando exatamente o período do inverno.

Segundo a secretária da Agricultura e do Meio Ambiente de Japurá, Pamella Takase, o investimento, feito pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, é de 280 mil reais.// SONORA PAMELLA TAKASE.//

Outra ação busca implantar uma megacooperativa na região, abraçando todas as potencialidades dos municípios vizinhos à Cianorte, lembra o chefe do Escritório Regional da Seab na cidade, Francisco Cascardo Neto.// SONORA FRANCISCO CASCARDO NETO.//

Planejamento que faz a prefeita de Japurá, Adriana Cristina Polizer, acrescentar novos itens ao cardápio municipal da acerola. Com o avanço da vacinação e a diminuição dos indicadores da pandemia, ela estuda fazer da fruta um atrativo turístico.// SONORA ADRIANA CRISTINA POLIZER.//

A acerola de Japurá faz parte da série de reportagens “Paraná que alimenta o mundo”, desenvolvida pela Agência Estadual de Notícias. O material mostra o potencial do agronegócio paranaense. As reportagens são publicadas sempre às segundas-feiras. A previsão é que elas se estendam durante todo o ano de 2021. (Repórter: Felippe Salles)