Integrantes dos governos estadual e federal discutem projetos da Ferroeste

12/05/2021
Em um encontro nesta terça-feira, Executivos da GT Ferrovias, da Rumo Logística, e uma comitiva do Governo Federal, formada por integrantes do DNIT, do Ministério de Infraestrutura e Ministério da Economia, discutiram os planos de ampliação e modernização da malha ferroviária do Paraná. O encontro aconteceu na sede da FIEP, a Federação das Indústrias do Paraná.
A Nova Ferroeste deve passar por 49 cidades do Paraná e ligar o município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá. Serão 1.285 quilômetros de extensão de uma nova malha ferroviária desenvolvida para escoar a produção dos dois estados, o Corredor Oeste de Exportação.
Somente em 2020, foram transportadas um milhão e 380 mil toneladas de produtos sobre trilhos no Paraná, 21,3% a mais que em 2019, a maior parte, açúcar, soja e milho. A Nova Ferroeste terá capacidade de transportar 38 milhões de toneladas por ano. João Mohr, gerente de Assuntos Estruturais da Fiep destacou que a ferrovia vai fazer com que o produtor e a indústria do Paraná possam ser mais competitivos. //SONORA JOÃO MOHR//
Atualmente a concessão de uso da ferrovia pertence à empresa Rumo Logística, que tem autorização para operar até 2027. Em conversa com o Governo Federal, a empresa pretende antecipar a renovação da concessão. Para isso, realiza estudos de revitalização da chamada Malha Sul, que compreende os três estados do sul, com 7.223 quilômetros de extensão.
Diante do interesse na renovação antecipada da concessão da Malha Sul, o governo do Estado foi convidado a participar das discussões técnicas.
Uma das principais mudanças é a combinação de distâncias entre os trilhos, chamadas de bitolas, que permite o transporte de cargas mais pesadas, como o carregamento de dois contêineres, um em cima do outro. Essa transição do modal ferroviário vai atender melhor à demanda de escoamento de cada uma das regiões do estado e reduzir o custo logístico.
André Ludolfo, coordenador de Outorgas Ferroviárias do Ministério de Infraestrutura, explicou que todo projeto, todo investimento no setor de ferrovias, o ministério tem acompanhado de maneira bem próxima para que possa ter resultados que coloque o Brasil como líder na América Latina nesse segmento. //SONORA ANDRÉ LUDOLFO//
Segundo a assistente técnica do Ministério da Economia, Maryane Araújo, a execução dos dois projetos, em especial a Nova Ferroeste, vai atingir novas fronteiras, gerar outros corredores de negócio e atrair investidores. //SONORA MARYANE ARAÚJO//
Uma equipe formada por engenheiros e economistas da Secretaria de Estado do Planejamento acompanhou a comitiva do Distrito Federal no Porto de Paranaguá para conhecer o terminal de contêineres e avaliar locais para a futura instalação de um terminal ferroviário de carga no município. Para Anderson Murbach, assessor técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes a iniciativa privada e o poder público devem trabalhar juntos no planejamento dessa nova ferrovia. //SONORA ANDERSON MURBACH//
O caminho a ser seguido pelos trens entre Maracaju e Paranaguá, de acordo com os estudos, terá influência direta em 425 municípios, 925 indiretamente, dos três estados brasileiros: Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A área representa cerca de 3% do PIB, o Produto Interno Bruto do país, estimado em 206 bilhões de reais.
O alcance chega ao Paraguai e Argentina. No total, terá impacto em 9 milhões de pessoas.
A previsão é de que os estudos de viabilidade da Nova Ferroeste sejam finalizados em setembro e os de impacto ambiental sejam concluídos em novembro. A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil, B3, com sede em São Paulo logo na sequência. O Consórcio que vencer será também responsável pelas obras. (Repórter: Flávio Rehme)