Instituto do Paraná ajudou a criar kits para o diagnóstico do coronavírus

09/03/2020
O IBMP, Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fiocruz, a Fundação Oswaldo Cruz, com sede no Parque Tecnológico da Saúde do Tecpar, em Curitiba, ajudou a desenvolver os kits com insumos para os testes diagnósticos do novo coronavírus, o Covid-19. Eles foram criados em menos de um mês e atendem todo o País. O IBMP tem origem em um consórcio tecnológico entre a Fiocruz, o Instituto Tecpar e a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele é uma instituição privada e sem fins lucrativos, mas possui representantes do Governo do Estado no Conselho de Administração, como o próprio Tecpar. A Fiocruz produziu dez mil kits para todo o País, a pedido do Ministério da Saúde, e dez foram entregues ao Laboratório Central do Paraná. O presidente do IBMP, Pedro Ribeiro Barbosa, afirmou que a Fiocruz tem uma produção centenária e criou o instituto para cuidar de desenvolvimento e pesquisa aplicada em saúde, que é aquela que entrega soluções. De acordo com ele, o instituto nasceu incorporando um produto, que é um kit que identifica malária e hepatites B e C em bolsas de sangue, e que ajudou na criação dos kits diagnósticos do coronavírus.// SONORA PEDRO RIBEIRO BARBOSA//No mês passado, os cientistas do Paraná, com apoio dos outros órgãos, chegaram ao formato ideal, com oferta exclusiva para o SUS. A partir desta semana, o IBMP começa a fornecer os kits para laboratórios privados. Eles permitem um diagnóstico rápido de três a quatro horas, a partir do material coletado em um espirro, por exemplo. Com os resultados, os laboratórios informam os técnicos dos estados, que notificam os casos suspeitos ou infectados e repassam as informações para a União. O último boletim do Ministério da Saúde indica 25 pacientes com suspeita de coronavírus no Paraná, 24 casos confirmados em todo o país, 664 casos suspeitos e 632 descartados. O IBMP também possui o kit para diagnóstico molecular ZDC, usado para confirmar casos de zika, dengue e chikungunya, além de um kit diagnóstico para febre amarela. O instituto tem sede no Parque Tecnológico da Saúde do Tecpar, no câmpus do bairro Cidade Industrial de Curitiba. É um complexo planejado para abrigar atividades de pesquisa científica, básica e aplicada, bem como atividades de natureza tecnológica para o desenvolvimento empresarial e promoção da cultura da inovação no Paraná. O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, explica que o parque atrai empresas com investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e produção de bens e serviços inovadores.// SONORA JORGE CALLADO//
Atualmente, o Lacen Paraná analisa as amostras de casos suspeitos coletadas em todo Estado com vinte vírus causadores de infecções respiratórias. Os casos suspeitos que tenham resultados negativos são enviados para avaliação na Fiocruz, no Rio de Janeiro, para análise específica sobre do novo coronavírus. No Parque Tecnológico da Saúde, no câmpus CIC, estão instalados, além do próprio Tecpar, o IBMP e o Instituto Carlos Chagas, unidade técnico-científica regional da Fiocruz. O Paraná tem 18 parques tecnológicos credenciados em uma rede integrada. A organização foi feita no ano passado para dispor de um ecossistema ainda mais unificado e sofisticado para atrair novas empresas, incubadoras, instituições de pesquisa, equipamentos e recursos. Os parques tecnológicos são públicos e privados e ficam em cidades onde existe produção acadêmica. O Paraná concentra metade dos parques da Região Sul do país e é considerado propício para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação pelas três universidades federais, sete estaduais, além de quase 200 instituições de ensino superior. (Repórter: Priscila Paganotto)