IAT orienta fazendeiros para preservação de harpia rara no sudoeste do Paraná

30/04/2020
O diretor-presidente do IAT, Instituto Água e Terra, Everton Luiz da Costa Souza, emitiu um comunicado aos proprietários rurais da região Sudoeste do Paraná. A orientação é sobre a necessidade da preservação e a importância do apoio nas buscas de uma harpia avistada no município de Coronel Domingos Soares, no início de abril. Mais do que representar um importante achado científico, a presença da harpia na região pode abrir espaço para a atividade de turismo ecológico, a partir de uma parceria entre entidades institucionais e a comunidade rural. De acordo com o IAT, as imagens feitas por um observador de aves surpreenderam técnicos e ambientalistas, mas também geraram insegurança nos fazendeiros. Devido à presença de uma espécie em estado crítico de extinção, eles temem que áreas possam ser desapropriadas para se transformarem em unidades de conservação e teriam cogitado abater o animal, caso seja visto em alguma fazenda. Para sanar as dúvidas e garantir a preservação da ave, o presidente do IAT elaborou uma carta que está sendo distribuída em toda a extensão do território de pesquisa. No documento, convida os proprietários da região para serem parceiros na conservação da harpia e salienta que, nesse caso, não há interesse do Estado de criar de Unidades de Conservação. A harpia, ou gavião real, é uma das maiores aves de rapina do mundo, com até 12 quilos e dois metros e meio de envergadura de uma ponta à outra da asa. Ela estampa o brasão do Estado do Paraná devido à imponência que tem. O registro do observador Francisco Hamad é único, depois de muitos anos sem ocorrência documentada no Paraná. A comunidade científica afirma que esse registro demonstra que a região Sudoeste do Estado ainda apresenta locais com as características para o habitat da harpia, uma constatação importante não apenas para a conservação dessa espécie ameaçada de extinção, mas, também, para a existência dos serviços ambientais promovidos pelas florestas como a água e a regulação climática. Quem avistar a harpia deve entrar em contato com o Projeto Detetives da Natureza, se possível, com registro de imagens. No caso de dificuldade de acesso também pode ser enviado para e-mail iapfauna@iat.pr.gov.br. (Repórter: Wyllian Soppa)