Grande empregador, vestuário abrange pequenas empresas a gigantes do mercado no Paraná

07/07/2021
O setor de confecções e vestuário é o segundo maior empregador de mão de obra na indústria de transformação paranaense. Segundo dados do Caged de março, o segmento emprega mais de 50 mil pessoas, ficando atrás apenas do setor alimentício, respondendo por 7,7% da força de trabalho, conforme dados da Federação das Indústrias do Paraná. São 3.748 estabelecimentos do gênero no estado, sendo que 98% deles são de pequeno porte. Este ramo tão importante da economia paranaense marca a reestreia da série de reportagens do programa Feito no Paraná, que foi lançado no ano passado e relançado em abril, e tem como objetivo apresentar aos paranaenses produtos feitos no Estado. Uma das empresas do segmento que vem ganhando projeção nacional e internacional é a Artha. Com 13 anos de história, comandada pelo casal Christopher Nascimento e Mariana Bassetti, a empresa é especializada em vestidos de noiva. Mas nem sempre foi assim. A marca surgiu para a moda casual, mas adaptou o portfólio de acordo com a demanda. Mariana Bassetti conta que a marca oferece às noivas desde o vestido para o grande dia, até acessórios e lingeries. // SONORA MARIANA BASSETTI // A empresa produz cerca de 200 vestidos por ano e atende noivas de todo o país. São nove funcionários e dois contratados de forma indireta. A empresa terceiriza os produtos feitos mais em escala industrial. Já os vestidos de noivas são feitos de forma artesanal no próprio ateliê. Recentemente, para atender melhor as noivas de outros estados, a Artha abriu um showroom no Rio de Janeiro. Mariana Bassetti conta que a inovação e exclusividade dos produtos vem rendendo fama à Artha. // SONORA MARIANA BASSETTI // Mesmo com a pandemia e os adiamentos das festas de casamento, o movimento no ateliê se manteve. Como as peças são feitas de forma artesanal, é preciso encomendar os vestidos com pelo menos oito meses de antecedência. Além de atenderem o mercado brasileiro, a Artha envia vestidos para o exterior, principalmente para brasileiras que moram fora. Outra marca de destaque internacional também tem origem paranaense. O Grupo Morena Rosa fundado em Cianorte, no Noroeste do Estado, cidade conhecida como capital do vestuário, tem cerca de seis mil pontos de venda espalhados por 1.700 cidades brasileiras, e exporta para 12 países. O grupo é composto por cinco marcas. O carro-chefe é a Morena Rosa, marca que almeja se tornar a referência da moda brasileira para o mundo. Somam-se a elas a Maria Valentina, a Lebôh e a Zinco, criadas dentro do grupo, e a Iódice, grife adquirida em 2019. A história de sucesso começou por necessidade. Em 1993, Marcos Franzato vendeu um Monza para iniciar a empreender. Junto de sua esposa e dois cunhados, montaram a empresa, produzindo e vendendo poucas peças por ano. Em 1997, começou um modelo de negócio seguido até hoje: a representação comercial. Lucas Franzato, filho dos fundadores e presidente da empresa desde 2018, quando seu pai se encaminhou para a política, destaca que a expansão para várias cidades era algo raro naquela época. // SONORA LUCAS FRANZATO // Estrelando celebridades internacionais como Sarah Jessica Parker e Naomi Campbell, o grupo cresceu em visibilidade. Hoje, são cerca de 1.500 funcionários. Em 2016, a empresa passou a expandir o negócio para o mercado digital e o varejo. Isso é feito através de franquias e um projeto de lojas multimarca premium voltadas a cidades entre 10 e 15 mil habitantes. A expectativa é chegar a 100 franquias até 2022 e 300 até 2023. Lucas Franzato acrescenta que a empresa agora busca as cidades médias e grandes. // SONORA LUCAS FRANZATO // Outro exemplo de produto local é a marca de roupas premium Lafort. Empresa familiar, foi fundada em 1963 pelo pai de Irit Czerny, diretora criativa da marca, que explica que o tricô sempre foi o grande carro-chefe. // SONORA IRIT CZERNY // Com 250 empregados, a Lafort é presente no sul e sudeste com lojas físicas, mas conta com 140 parceiros de lojas multimarcas espalhadas em todo o território nacional, além do e-commerce, que ganhou mais impulso com a pandemia. A Lafort produz cerca de 100 mil peças por ano. (Repórter: Gustavo Vaz)