Governo e prefeitura de Curitiba discutem modelo de linha férrea fora da Capital
16/07/2021
Há anos, a construção de um contorno ferroviário na Região Metropolitana de Curitiba alimenta a esperança de quem mora ou circula perto da linha do trem. Nesta sexta-feira, uma reunião entre o Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário, a Comec, Coordenação da Região Metropolitana, e o IPPUC, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, retomou essa antiga discussão. As linhas férreas são uma concessão do governo federal. A Região Metropolitana de Curitiba faz parte da Malha Sul e quem explora é a Rumo Logística, que está em negociação com o Ministério da Infraestrutura para renovação antecipada do direito obtido até 2027. Por isso, o Estado, por meio do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário e a Comec, e a prefeitura de Curitiba voltaram a discutir o assunto e estão atentos à negociação. O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes destacou que a ferrovia induz o desenvolvimento das regiões por onde passa.// SONORA LUIZ HENRIQUE FAGUNDES.//
Gilson Santos, presidente da Comec, explicou que a questão da ferrovia cortando a zona urbana da Região Metropolitana de Curitiba é um problema que demanda soluções há muito tempo.// SONORA GILSON SANTOS.//
Na reunião foram avaliados o traçado da malha ferroviária existente e do projeto da Nova Ferroeste, ainda em fase de estudos, que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá. Para Clever Almeida, do IPPUC, os novos trilhos surgem como uma opção para a retirada de carga da área urbana da capital.// SONORA CLEVER ALMEIDA.//
A capital encabeça uma triste lista do Programa de Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas, ligado ao DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Esses dados foram levantados entre 2008 e 2011 e mostram uma fotografia das adversidades que envolvem a relação das ferrovias com o adensamento das cidades por onde passam. O estudo avaliou 5.609 cruzamentos ao longo de 15 mil quilômetros de trilhos que percorrem 596 municípios, em 16 estados. Curitiba foi a cidade com a pior avaliação, seguida de Paranaguá. Em 2020, o Corpo de Bombeiros registrou 17 ocorrências na capital. Este ano entre janeiro e junho já aconteceram 14 acidentes. O mais recente, no dia 23 de junho, provocou a morte de uma pessoa. Em Curitiba há 37 quilômetros de trilhos que cortam os bairros das regiões Sul e Leste. Segundo Clever, ao todo são 45 passagens de nível instaladas para a circulação de pedestres e veículos, a maioria no Uberaba e no Cajuru.// SONORA CLEVER ALMEIDA.//
Um novo encontro será agendado para discutir os pontos contidos num documento coletivo que será protocolado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres. Para Gilson Santos, esse documento vai unir forças nessa demanda comum para que a região metropolitana saia ganhando.// SONORA GILSON SANTOS.//
O projeto da Nova Ferroeste, do Governo do Paraná, poderia ser uma solução parcial para esse conflito. Isso porque o traçado da ferrovia contorna a capital, permitindo a migração de parte da carga para os novos trilhos. Os trilhos que correm por Curitiba e descem pela Serra do Mar foram projetados e construídos há 137 anos, durante o período imperial. A obra foi projetada pelos irmãos André, Antônio e José Rebouças, os primeiros engenheiros negros do país. Na época, eles fizeram valer a exigência de que não houvesse mão de obra escrava no canteiro de obras. Depois de cinco anos, a ferrovia foi inaugurada por Dom Pedro II e até hoje é considerada marco da engenharia nacional pela dificuldade de transpor a topografia acidentada da Serra do Mar. Sua execução foi determinante para o desenvolvimento do Paraná. (Repórter: Wyllian Soppa)
Gilson Santos, presidente da Comec, explicou que a questão da ferrovia cortando a zona urbana da Região Metropolitana de Curitiba é um problema que demanda soluções há muito tempo.// SONORA GILSON SANTOS.//
Na reunião foram avaliados o traçado da malha ferroviária existente e do projeto da Nova Ferroeste, ainda em fase de estudos, que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá. Para Clever Almeida, do IPPUC, os novos trilhos surgem como uma opção para a retirada de carga da área urbana da capital.// SONORA CLEVER ALMEIDA.//
A capital encabeça uma triste lista do Programa de Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas, ligado ao DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Esses dados foram levantados entre 2008 e 2011 e mostram uma fotografia das adversidades que envolvem a relação das ferrovias com o adensamento das cidades por onde passam. O estudo avaliou 5.609 cruzamentos ao longo de 15 mil quilômetros de trilhos que percorrem 596 municípios, em 16 estados. Curitiba foi a cidade com a pior avaliação, seguida de Paranaguá. Em 2020, o Corpo de Bombeiros registrou 17 ocorrências na capital. Este ano entre janeiro e junho já aconteceram 14 acidentes. O mais recente, no dia 23 de junho, provocou a morte de uma pessoa. Em Curitiba há 37 quilômetros de trilhos que cortam os bairros das regiões Sul e Leste. Segundo Clever, ao todo são 45 passagens de nível instaladas para a circulação de pedestres e veículos, a maioria no Uberaba e no Cajuru.// SONORA CLEVER ALMEIDA.//
Um novo encontro será agendado para discutir os pontos contidos num documento coletivo que será protocolado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres. Para Gilson Santos, esse documento vai unir forças nessa demanda comum para que a região metropolitana saia ganhando.// SONORA GILSON SANTOS.//
O projeto da Nova Ferroeste, do Governo do Paraná, poderia ser uma solução parcial para esse conflito. Isso porque o traçado da ferrovia contorna a capital, permitindo a migração de parte da carga para os novos trilhos. Os trilhos que correm por Curitiba e descem pela Serra do Mar foram projetados e construídos há 137 anos, durante o período imperial. A obra foi projetada pelos irmãos André, Antônio e José Rebouças, os primeiros engenheiros negros do país. Na época, eles fizeram valer a exigência de que não houvesse mão de obra escrava no canteiro de obras. Depois de cinco anos, a ferrovia foi inaugurada por Dom Pedro II e até hoje é considerada marco da engenharia nacional pela dificuldade de transpor a topografia acidentada da Serra do Mar. Sua execução foi determinante para o desenvolvimento do Paraná. (Repórter: Wyllian Soppa)