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Produtores de Carlópolis, no Norte Pioneiro, começam a exportar goiaba para a Europa. O processo está na fase experimental, mas o volume disponível ainda é insuficiente para atender a demanda esperada no continente europeu. A abertura de novos mercados é importante para estimular os produtores a superarem os desafios de oferecer estabilidade na quantidade e qualidade da produção, conforme exigência dos países compradores. Até agora, 600 quilos da fruta foram enviados para Portugal e 300 quilos para a Suíça, e existe negociação com a Espanha. Segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis, Noriak Akanatsu, a expectativa é de que o mercado externo ajude a sustentar o preço da goiaba no mercado interno, evitando quedas drásticas de preço, como ocorre quando existe superprodução.// SONORA NORIAK AKANATSU//A goiaba de Carlópolis está se inserindo na Europa graças à certificação de Indicação Geográfica e ao selo GlobalG.A.P, duas conquistas importantes alcançadas com a ajuda do Sebrae. A GlobalG.A.P. é um conjunto de regras de Boas Práticas Agrícolas, que envolve a segurança do alimento, a proteção do meio ambiente e bem-estar dos trabalhadores, através de técnicas de produção integrada, redução do uso de defensivos agrícolas, rastreabilidade desde a origem, e um sistema de gestão da qualidade. Como responsabilidade social, os produtores não podem empregar menores de idade e nem manter trabalho escravo, mas isso tem que estar documentado e comprovado. A goiaba começou a ser plantada em Carlópolis em 1973. O clima ameno da região e o solo são características que dão um fruto graúdo, paladar agradável ao consumidor, bem resistente a um período prolongado na prateleira e com um visual atraente. Além disso, segundo o presidente da Cooperativa, Noriak Akanatsu, os produtores adotaram tecnologias como o controle biológico e a técnica do ensacamento da fruta, entre 70 e 80 dias antes da colheita, o que reduz os níveis de resíduos químicos a zero.// SONORA NORIAK AKANATSU//Há quatro anos, a produção de goiaba se consolida e está atraindo cada vez mais produtores interessados em fazer consórcio com o plantio de café, cultura que também se destaca pela qualidade na produção. Isso porque o café é uma cultura anual e a goiaba garante produção o ano inteiro, dependendo das podas feitas nas plantas. Outra vantagem é que a goiaba se adapta a pequenos espaços. Atualmente, o custo de produção da goiaba em Carlópolis está em um real e setenta centavos o quilo e os produtores vendem a fruta entre 2 e 3 reais o quilo. A preocupação dos produtores é manter o equilíbrio na produção, para garantir a renda acima dos custos. Eles pretendem exportar cerca de 30% e manter 70% no mercado interno. Em 2015, quando o interesse pelo plantio de goiaba vinha se firmou, Carlópolis contava com 415 hectares plantados e neste ano, a área praticamente dobrou, chegando a 850 hectares, com produtividade média de 30 a 40 toneladas por hectare. De acordo com o gerente regional do Instituto Emater de Santo Antônio da Platina, Maurício Castro Alves, o trabalho é com a organização dos produtores em associação e cooperativas e também na assistência técnica.// SONORA MAURÍCIO CASTRO ALVES//Atualmente, o município conta com uma associação de produtores de goiaba, com cerca de 60 membros e uma cooperativa, com 20 membros. Empresários também compram a goiaba de Carlópolis e vendem para o Brasil inteiro, o que está atraindo cada vez mais produtores para a atividade. De acordo com o Departamento de Economia Rural, o município é responsável por 78% da produção de goiaba no Paraná. A produção estadual no ano passado foi de 33 mil toneladas, com um Valor Bruto da Produção Agropecuária de 58 milhões de reais. Só o município de Carlópolis produziu 25 mil e 600 toneladas. (Repórter: Priscila Paganotto)