Fauna incrustante: estruturas marítimas modificam o ecossistema de Matinhos

11/03/2024
A revitalização da orla está modificando o ecossistema de Matinhos, no Litoral. As cinco estruturas marítimas erguidas durante o projeto – espigão da Praia Brava, guias de correntes da Avenida Paraná e de Matinhos e os headlands dos balneários Riviera e Flórida – escondem uma variedade de organismos, espécies cada vez mais abundantes na região, chamadas de fauna incrustante. De acordo com levantamento do consórcio DTA/Acquaplan, responsável pelo programa de monitoramento ambiental da obra, são mais de 46 mil, com prevalência de moluscos como conchas e caracóis. Segundo especialistas, as novas estruturas fornecem os substratos necessários para a proliferação dos organismos, sobre os quais se desenvolve uma fauna incrustante, sedentária e diversa. Essa colonização está associada à dinâmica local, disponibilidade de alimento e às características físico-químicas do substrato na estrutura, que influenciam nos processos de dispersão e fixação das espécies. Já foram realizadas três campanhas de monitoramento da colonização da fauna incrustante. Essas ações ocorreram nos meses de maio, agosto e novembro de 2023 – outras mobilizações estão previstas para este ano. A oceanógrafa Thelma Scolaro, uma das coordenadoras da execução do projeto básico ambiental da recuperação da Orla de Matinhos, diz que logo na primeira campanha os resultados mostraram uma fauna abundante e que cresce a cada monitoramento. As coletas são feitas em cinco pontos amostrais, distribuídos nas estruturas semirrígidas instaladas nos balneários Flórida e Rivieira, no Canal do Rio Matinhos, no espigão da Praia Brava e no guia de correntes da Avenida Paraná. O diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, José Luiz Scroccaro, explica que por ser concentrado e ter em sua formação areia, pedra e magnetita, que é um material mais denso do que a areia, ele consegue ser mais resistente ao impacto das ondas e ressacas, aumentando a vida útil das estruturas e, consequentemente, da areia depositada no Litoral. // SONORA JOSÉ LUIZ //

Esse não é o primeiro exemplo de impacto da obra no ecossistema local. A reestruturação do balneário é a principal intervenção urbana da história do Litoral do Paraná, com investimento de mais de 354 milhões de reais por parte do Governo do Estado. (Repórter: Victor Luís)