Expedição Pantanal: Lacen-PR participa de projeto inovador de monitoramento genômico

21/11/2023
O Paraná foi um dos quatro estados do país escolhidos para integrar uma equipe de especialistas no estudo do sequenciamento dos vírus causadores das arboviroses, vírus respiratórios e bactérias causadoras de febre maculosa nas comunidades ribeirinhas do Pantanal, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O objetivo da expedição, iniciada nesta segunda-feira, é implementar um sistema móvel de monitoramento genômico a bordo de um navio da Marinha para realizar vigilância itinerante na região. O Laboratório Central do Estado contribui com o sequenciamento genético de última geração e a análise genômica e epidemiológica no local. Esse trabalho permite a identificação de patógenos virais emergentes e a análise que sequencia todos os micro-organismos presentes na amostra. A iniciativa conta com a participação da Marinha do Brasil, Fiocruz, Laboratórios Centrais dos Estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Com uma abordagem inovadora, esse projeto foi desenvolvido por um consórcio global de cientistas focado em estudar e responder às doenças e epidemias amplificadas pelo clima e impactos na saúde pública. Essa primeira viagem vai até nove de dezembro e o projeto, como um todo, até 2028. O sistema móvel, instalado num navio da Marinha, permite a coleta de amostras biológicas de indivíduos que vivem ao longo dos rios. Nessas amostras estão dados genéticos e climáticos que ajudam identificar locais prioritários para vigilância, ajudando no controle das doenças, na previsão de surtos e na implementação de medidas preventivas e controle mais eficazes. A diretora técnica do Lacen, Lavinia Arend, explicou que a análise genômica minuciosa e o banco de dados facilitam o monitoramento contínuo e a vigilância epidemiológica. // SONORA LAVÍNIA AREND //

A equipe de profissionais de diversas áreas relacionadas à saúde pública saiu da Base Naval de Landário, no Mato Grosso do Sul. Esse trabalho em campo visa, ainda, identificar detalhadamente e caracterizar patógenos virais circulantes nessas comunidades, como o da dengue, chikungunya, e a Covid-19. Referente ao clima, são usados conjuntos de dados existentes desde 1980, bem como projeções até 2050, para gerar avaliações de como o clima influencia o risco local de transmissão dos arbovírus circulantes. Outras pesquisas técnicas também são feitas na região, incluindo a capacitação de profissionais de saúde locais para detectar e notificar prontamente casos suspeitos. (Repórter: Gustavo Vaz)