Evento online mostra que clima irregular pode atrapalhar produção de milho no Paraná

10/03/2021
O setor agropecuário foi um dos únicos com crescimento no ano passado, com previsão de que continue em alta em 2021. No entanto, as condições climáticas podem reduzir a produção, sobretudo de milho, colocando em risco o abastecimento desse cereal e a cadeia produtiva que dele depende. O assunto foi discutido nesta quarta-feira, em evento online sobre o Cenário Climático e Econômico Agropecuário para o Paraná. Segundo o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os efeitos do clima sobre a agricultura preocupam, já que os grãos produzidos no Paraná têm ampla utilização, desde a alimentação animal até a produção de etanol.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//

Apesar disso, Ortigara demonstrou otimismo ao afirmar que o Paraná tem um ambiente bom, de crescimento. A questão climática, unida à doença do enfezamento do milho, provocou, no Paraná, a redução em pelo menos 20 sacas por hectare comparativamente com a safra passada. A área colhida está, atualmente, em pouco mais de 50%. Com menos oferta, os preços podem ficar mais elevados para a cadeia que tem o milho como matéria-prima, elevando a preocupação com abastecimento. No Brasil, a estimativa é de 80 milhões de toneladas de milho, que se somam ao estoque de 10 milhões e 500 mil toneladas. No mesmo encontro, o agrometeorologista Luiz Renato Lazinski reforçou a informação da influência do fenômeno La Niña, que se caracteriza pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico e reflete no clima e temperatura mundial.// SONORA LUIZ RENATO LAZINSKI.//

Segundo ele, as chuvas em janeiro foram acima da média no Paraná, sobretudo no Oeste, Centro-Oeste e Litoral, com 400 a 500 milímetros, ou seja, duas vezes e meia a mais do que deveria. Ele explicou que, além do excesso volumétrico, a constância das chuvas também pesou, já que choveu quase todos os dias. Em fevereiro, a chuva migrou para o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, o que é típico do La Niña, segundo Lazinski. Em termos de temperatura, o fenômeno é semelhante. Em janeiro, no Paraná, a média foi abaixo do normal para o período. Em fevereiro, ficou na média ou abaixo, enquanto no início de março, onde há chuva o frio acompanha. Lazinskia inda complementou que as irregularidades em termos de chuvas, com tendência abaixo da média, vão persistir pelo menos nos próximos 45 dias, e que serão registrados veranicos um pouco mais prolongados ao longo de toda a safrinha de milho. Ele ainda ressaltou que tanto este grão quanto a soja ainda estarão sujeitos a geadas. Outros detalhes podem ser conferidos em xoops.celepar.parana/migracao/secs_aenoticias. (Repórter: Wyllian Soppa)