Estudo garante economia de 700 milhões de reais na Nova Ferroeste

05/04/2021
Como resultado da engenharia simultânea entre desenvolvimento de traçado e Estudo de impacto Ambiental, o percurso planejado para receber a Nova Ferroeste garantiu uma economia estimada de 700 milhões de reais no projeto do modal ferroviário que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá. Esse foi um dos principais resultados do estudo preliminar de demanda e traçado apresentado neste mês para os governadores Carlos Massa Ratinho Junior e Reinaldo Azambuja. Os estados são parceiros no projeto. Em relação ao traçado, o chamado desconto no Capex - montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital de uma determinada empresa - se deu porque a análise técnica revelou que o melhor itinerário tem 1.285 quilômetros de trilhos ao invés dos 1.370 incialmente projetados, o que aumenta consideravelmente a viabilidade do projeto. O documento mostrou que o melhor itinerário para a via férrea partindo de Maracaju passa por cidades importantes dos dois estados como Amambaí, Dourados, Caarapó, Mundo Novo, todas no Mato Grosso do Sul, e Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Balsa Nova, no Paraná, antes de chegar ao Litoral. Estão previstas também a instalação de até seis terminais de transbordo e de um ramal ligando Foz do Iguaçu à Cascavel, no Oeste paranaense. Isso significa economia de tempo e dinheiro, de acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho Ferroviário do Estado do Paraná, Luiz Henrique Fagundes. Segundo ele, o desconto de 700 milhões de reais significa uma redução de cerca 3,5% dentro de um projeto estimado em 20 bilhões de reais. Fator que terá peso no processo de concessão. Luiz disse que o estudo mostrou o traçado mais viável, aquele que torna a ferrovia mais competitiva considerando os trechos já existentes da ‘velha’ Ferroeste, como a ligação entre Cascavel e Guarapuava. O coordenador destaca o impacto do investimento no novo traçado para a população paranaense.// SONORA LUIZ HENRIQUE FAGUNDES.//

O caminho a ser seguindo pelos trens entre Maracaju e Paranaguá, de acordo com os estudos, terá influência direta em 425 municípios de três estados brasileiros: Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A área representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto do País, estimado em 206 bilhões de reais. O alcance chega ao Paraguai e Argentina. No total, terá impacto em 9 milhões de pessoas. Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, esse é um projeto que nasceu no Paraná, mas que é nacional, e deverá melhorar a logística de todo o Brasil.// SONORA ANDRÉ GONÇALVES.//

A previsão é que os estudos de viabilidade sejam finalizados em setembro e os estudos de impacto ambiental sejam concluídos em novembro. A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores do Brasil, com sede em São Paulo, logo na sequência. O consórcio que vencer a concorrência será também responsável pelas obras. O projeto busca implementar o segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, unindo dois dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro. Apenas a malha paulista teria capacidade maior. A expectativa, de acordo com os técnicos, é que pela Nova Ferroeste seja possível o transporte de 35 milhões de toneladas por ano – ou aproximadamente dois terços da produção da região, dos quais 74% seriam de cargas destinadas para a exportação. (Repórter: Rudi Bagatini)