Estudo analisa potencial erosivo no Arenito Caiuá, no Noroeste

11/03/2020
Um estudo realizado por pesquisadores paranaenses demonstrou que o potencial de erosão de terrenos pode ser influenciado pelos tipos de solo e a posição que ocupam em sequência nas encostas, do topo até o curso d’água. Por isso, é indicada a análise do solo para realizar o planejamento de uso. O estudo foi publicado recentemente na Revista Brasileira de Ciência do Solo, um dos principais periódicos científicos do país, e partiu da conclusão de um trabalho envolvendo solos da Formação Arenito Caiuá, na região Noroeste do Paraná. O trabalho inédito foi realizado pelos pesquisadores Jonez Fidalski, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná Iapar-Emater, e Edivaldo Lopes Thomaz, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro. O experimento foi conduzido em uma bacia hidrográfica localizada em de Paranavaí. Os pesquisadores analisaram uma encosta de quase 3 quilômetros, com declividade de 5%, e constituída, em sequência a partir do cume, por solos do tipo Latossolo, Argissolo e Neossolo Quartzarênico, de acordo com a nomenclatura do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Para avaliar o potencial erosivo, os pesquisadores utilizaram simuladores de chuvas e coletaram os sedimentos carregados pela água. A taxa de carreamento foi calculada por meio de equações que consideram também a topografia e as condições climáticas da região, além do tipo e manejo do solo em análise. O pesquisador Jonez Fidalski explica que a experiência é importante por avaliar uma amostragem do próprio Estado. // SONORA JONEZ FIDALSKI //
Fidalski destaca que os três solos podem ser reconhecidos facilmente – Latossolos têm coloração avermelhada e formam torrões que se desmancham facilmente quando apertados entre os dedos; os Argissolos têm a mesma coloração e formam torrões mais firmes, pois contêm mais argila na composição; e os Neossolos Quartzarênicos são acinzentados e, de tão arenosos, não formam torrões. Os solos da Formação Arenito Caiuá ocupam cerca de 30.000 quilômetros quadrados no Noroeste do Paraná, abrangendo 107 municípios da região, o que corresponde a aproximadamente 15% da área do Estado. Fidalski aconselha que a exploração da cultura de mandioca para a recuperação de pastagens degradadas, prática usual na região, seja planejada com o auxílio de um engenheiro agrônomo.
Segundo o pesquisador, culturas temporárias, como soja e mandioca, e permanentes, como fruticultura e pastagens, devem ser preferencialmente cultivadas em Latossolos. Também podem ser alocadas em Argissolos, mas ele alerta que, neste caso, as práticas conservacionistas devem ser planejadas com bastante detalhamento. (Repórter: Rodrigo Arend)