Estudantes de Curitiba desenvolvem abrigo inovador para moradores de rua

20/11/2019
Sustentável, portátil, impermeável, com isolamento térmico e custo praticamente zero. Assim é o abrigo emergencial para moradores de rua projetado por estudantes do segundo ano do Curso Técnico em Edificações, na modalidade integrada ao Ensino Médio, do Ceep, Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba. A pesquisa foi desenvolvida esse ano pelos estudantes Allan Ernesti, Leonardo das Neves, Thiago Bronoski de Oliveira e Udson Ribeiro e orientada pelo professor Gesse Lima e pelo ex-aluno do Ceep Juliano Jonas. O abrigo consiste numa espécie de barraca feita de embalagens Tetra Pak que, quando dobrada de maneira similar à utilizada na arte do origami, pode ser carregada debaixo do braço. Para montar uma barraca para uma pessoa, são necessárias cerca de 140 caixinhas e um ferro de passar roupa. Thiago explicou que a ideia foi ressignificar os recipientes, que são difíceis de serem reciclados.// SONORA THIAGO BRONOSKI.//

Pelo fato de as caixas Tetra Pak atuarem como isolante térmico, a temperatura no interior do abrigo varia entre 20 e 22°C, segundo os estudantes que conduziram o projeto. Os jovens ainda calculam que a vida útil do abrigo, se utilizado todos os dias, seja de, aproximadamente, seis meses. Eles já apresentaram o projeto em diversos eventos científicos. No mais recente, a Feira de Inovação realizada pelo Parque Tecnológico Itaipu, foram vencedores na Categoria Ciências Sociais Aplicadas e garantiram um passaporte para a edição de 2020 Expo Nacional MILSET Brasil, ligada ao Movimento Internacional para o Recreio Científico e Técnico, que será realizada em Fortaleza, no Ceará, em maio do próximo ano. A primeira feira da qual participaram, entretanto, foi a mostra de trabalhos do próprio Ceep de Curitiba. Coordenadora do curso Técnico em Edificações da instituição, Patricia Ferreira Netto conta que esse evento do colégio é uma espécie de termômetro para feiras externas.// SONORA PATRICIA FERREIRA.//

Professor orientador do projeto, Gesse Lima é só orgulho ao falar dos alunos. Primeiro porque, de acordo com ele, é tocante observar pessoas tão jovens com tamanha preocupação social, mas também porque projetos como esse mostram como é importante o investimento em ciência no país.// SONORA GESSÉ LIMA.//

Agora, a fase é de aprimoramento do abrigo. Os alunos estão desenvolvendo uma esteira, também feita de caixinhas de leite, que fica acoplada à barraca, para que a pessoa que for utilizar o abrigo não fique em contato direto com o chão. Eles pretendem ministrar oficinas de montagem e distribuir os artefatos, além de firmar parcerias com organizações que tenham um propósito similar. Deixam claro, entretanto, que a função do abrigo é paliativa, e que o ideal seria que todo tivessem um lar. (Repórter: Wyllian Soppa)