Erva-mate pode impulsionar economia no Vale do Iguaçu, no Sul do Estado

25/06/2019
O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou, nesta terça-feira, que o Paraná vai incentivar o desenvolvimento do cultivo da erva-mate e que o produto pode ser o propulsor de diversas iniciativas da gestão, como incentivo ao turismo, geração de emprego e industrialização da cadeia de alimentos. A afirmação foi feita no Palácio Iguaçu, em Curitiba, durante o lançamento oficial do Conselho Gestor da Erva-Mate, o Cogemate. Ratinho Junior ressaltou que a planta, símbolo de ciclos econômicos fundamentais nos últimos séculos e presente no brasão estadual, é um diamante bruto que precisa voltar a ser lapidado. Segundo ele, o Vale do Iguaçu, no Sul do Estado, tem erva-mate como vocação e capacidade para se organizar em mais cooperativas para que o incremento da produção seja acompanhado de desenvolvimento tecnológico, atração de novas empresas e aumento do consumo.// SONORA CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR//O Cogemate nasceu em abril deste ano para organizar uma cadeia produtiva que atinge nove municípios, dez mil propriedades e cem mil famílias. O Vale do Iguaçu é o maior produtor de erva-mate sombreada do País e exporta o produto para inúmeras nações da Europa e da Ásia, além dos Estados Unidos. A erva-mate pode ser usada em energéticos, indústria farmacêutica e na composição de alimentos industrializados, além da versão mais conhecida para chimarrão, suco, chá ou tererê. O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o Paraná ganha força na produção de erva-mate com o Cogemate e a instauração, nesta terça-feira, de uma frente parlamentar de atenção qualificada a esse produto.// SONORA NORBERTO ORTIGARA//O secretário Norberto Ortigara afirmou, ainda, que a Emater e as equipes técnicas da Secretaria de Agricultura vão se dedicar a ajudar a melhorar a cadeia. Ele também destacou que o Paraná já tem uma lei específica sobre a cadeia para ampliar a dimensão. O líder do Governo na Assembleia Legislativa e um dos idealizadores do Cogemate, deputado Hussein Bakri destacou que os municípios e produtores da Região esperavam uma retomada de incentivos estaduais na produção da erva-mate.// SONORA HUSSEIN BAKRI//Hussein Bakri disse, ainda, que os incentivos nessa cadeia representam o caminho mais curto para recuperar áreas do Vale do Iguaçu que ficaram estagnadas nos últimos anos em função do fim do ciclo de ouro do produto. O presidente da Cogemate, Naldo Vaz, destacou que a produção de erva-mate é ambientalmente sustentável e que apenas 21% das lavouras da Região são fixas e as demais ocorrem em conjunto com as matas nativas. Segundo ele, cerca de 37 mil famílias vivem no Paraná em função da planta, o que justifica a necessidade de apoio da administração estadual.// SONORA NALDO VAZ//Foram debatidos a criação do Arranjo Produtivo Local, de uma zona franca, leis estaduais de manejo sustentável, parceria com a Copel para o plantio embaixo das redes de energia, desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, marketing institucional em cima do produto e fomento ao turismo. Outra parceria pode ser voltada ao incremento de chá ou suco de erva-mate nas merendas escolares para estimular o consumo e a cultura desse símbolo estadual. Da metade do século 1550 até 1632, a erva-mate foi a atividade econômica mais importante dos territórios que hoje compõem o Paraná. Nos anos 1800, chegou a representar 85% do PIB do Estado, em função da estrutura ferroviária e dos engenhos litorâneos. (Repórter: Priscila Paganotto)