Empenho de professores garante aprendizado na região da fronteira

17/10/2020
O empenho de professores e diretores dos colégios estaduais de todo o Paraná tem sido essencial para que os estudantes mantenham o vínculo com a escola e a rotina de estudos durante a pandemia. Na fronteira do Brasil e Paraguai o esforço se torna ainda mais importante. A fronteira entre os dois países fechou na metade de março e, mesmo com a reabertura parcial nesta semana, a situação continua afetando a vida de muitos estudantes brasileiros e paraguaios que estão matriculados em escolas da rede estadual, já que as aulas presenciais não foram retomadas.De maneira geral, os chamados “brasiguaios”, brasileiros que residem no território paraguaio, já lidam diariamente com questões como o fuso horário e o trânsito de travessia da fronteira.Ainda há a diferença de qualidade entre os sistemas públicos brasileiro e o paraguaio.Um aluno matriculado na rede pública do Paraguai tem o curso curricular da língua Guarani, por exemplo, e não tem o ensino do Português. Muitos desses fatores fazem com que famílias optem por matricular os filhos em escolas brasileiras, mesmo que isso represente um esforço maior. Para ingressar na rede estadual paranaense de ensino não há restrição para estrangeiros.O Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, em Foz do Iguaçu, conta com cerca de 30 estudantes que cruzam a fronteira todos os dias para estudar, 22 deles brasileiros e oito paraguaios. Segundo o diretor da escola, Maycon Alves Rodriguez, a rotina deles é normal, pois na escola tem muitos outros alunos que são paraguaios, árabes e libaneses, mas que já moram no Brasil. Por conta da pandemia, esse grupo de estudantes conta com o trabalho de professores para enviar o material pelas redes sociais e auxiliá-los por grupos de whatsapp e com ligações, uma vez que o acesso ao aplicativo Aula Paraná não é possível do lado de lá da fronteira.A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte fornece pacotes de internet 3G e 4G em parceria com as quatro maiores operadoras de telefonia do Paraná. Assim, alunos e professores de todo o Paraná podem acessar gratuitamente os aplicativos Aula Paraná e Google Classroom, em território nacional. A estudante Alana Ibarra, do Colégio Costa e Silva, vive em Cidade do Leste e teve dificuldades no começo da pandemia para acompanhar todo o conteúdo, mas com o tempo conseguiu realizar tudo o que foi pedido, contando com a ajuda dos pais presencialmente e dos professores pelas redes sociais. Para os alunos do Colégio Agrícola Estadual Manoel Moreira Pena, também em Foz do Iguaçu, a rotina está ainda mais intensa. Os estudantes têm uma grade recheada de aulas práticas que foram impactadas diretamente pela pandemia. (Repórter: Marcelo Galliano).