Emater incentiva técnica contra erosão e colhe bons resultados

14/11/2019
A Emater está incentivando produtores a adotarem tecnologia de monitoramento da
qualidade do manejo dos solos e o uso de plantas de adubação verde como estratégia
para conter a erosão e aumentar a infiltração de água no solo. Essa técnica de
conservação de solo é resultado de pesquisa da Embrapa, Iapar e universidades,
recomendada desde o início da década de 1980 no Paraná, mas que está ganhando
impulso neste ano em algumas regiões do Estado. O Noroeste e Sudoeste do Estado
foram escolhidos para serem os primeiros a adotar a tecnologia. O monitoramento de
parâmetros indicadores de qualidade do manejo de solos e águas, adotado nas
propriedades, tem chamado a atenção de produtores e profissionais, resultando na adoção
de técnicas de uso de adubos verdes consorciados ou solteiros no período de inverno. A
adubação verde pode ser feita com braquiária ou outras culturas como aveias, nabo,
milheto e crotalárias, por exemplo, que devem ser plantadas de forma solteira ou
intercalar ao milho de segunda safra. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, de
Maringá, Celso Daniel Seratto, essa técnica ajuda o solo a absorver e armazenar água
depois que está encharcado entre outros efeitos positivos no sistema de produção.//
SONORA CELSO DANIEL SERATTO.//De acordo com o engenheiro agrônomo, a técnica ajuda ainda no controle das ervas
daninhas. A Emater tem adotado a estratégia de uso de técnicas que avaliam a qualidade
da estrutura dos solos e o manejo. Também utiliza equipamento que mede a capacidade
de infiltração de águas nos solos. As avaliações são realizadas em propriedades que estão
adotando a técnica e em outras que não adotam as técnicas preconizadas de manejo,
sendo possível comparar os resultados. A estratégia da extensão rural, realizada em
conjunto com órgãos de pesquisa e universidades, é de qualificar os profissionais do
sistema público e parceiros da iniciativa privada, além do público-alvo, que são os
produtores e as comunidades, com informações sobre os padrões de manejo. Seratto
explica que isso encoraja os produtores para a adoção da técnica e também prepara
aqueles profissionais que darão o suporte técnico necessário no processo de inovação.//
SONORA CELSO DANIEL SERATTO.//A adoção da adubação verde ainda não ocupa grandes extensões das lavouras anuais
mecanizadas, mas cresceu cerca de 30% na região de Maringá e ao redor de 50% na
última safra no município de Sabáudia, na região Norte. Também contribui para a difusão
da técnica os eventos técnicos promovidos pelo governo e pela iniciativa privada. A
técnica adotada em Sabáudia já vinha sendo testada há cerca de três anos no município,
com projetos pilotos desenvolvidos em parceria pela Embrapa, Iapar e Cocamar. Foi
necessário fazer adaptações nas plantadeiras para permitir o plantio da braquiária. Os
resultados já são positivos. O milho pode perder entre 10% a 15% em produtividade no
início do consórcio por causa da competição com a adubação verde. Mas depois de dois
ou três anos, com o ganho de matéria orgânica no solo, a produtividade é recuperada. A
técnica reduz os custos de produção porque o produtor não precisa aplicar muito herbicida
para o controle de ervas daninhas. (Repórter: Amanda Laynes)