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Os quilômetros que separam uma margem do Rio Paraná à outra são uma imensidão de tons de verde, mesclando na água as cores das árvores das centenas de ilhas locais. De perto, o verde da água se torna transparente, cristalino, despertando a curiosidade para as profundezas do segundo maior rio da América do Sul. Há cerca de dez anos, um grupo de mergulhadores encontrou abaixo da superfície não só uma rica diversidade, como também um potencial de negócio a ser explorado. O mergulho é mais uma atividade que se desenvolve em uma região que vê crescer a cada dia o número de turistas, atraídos pelas belas paisagens. O rio Paraná é o principal atrativo do Corredor das Águas, uma das 14 regiões turísticas do Estado, que envolve os municípios da região Noroeste. Além do mergulho, pesca esportiva, passeios de barco, trilhas terrestres e aquática, observação da fauna e da flora e as praias de água doce estão entre as atrações desse grande corredor aquático. A atividade faz parte da ação de reforçar o turismo sustentável que o Governo do Estado passou a incentivar no ano passado, com respeito ao meio ambiente. O instrutor da escola Pro Diver, Fábio Sant Ana, explora a atividade na região. Natural de São Paulo, ele começou a mergulhar em 1997 e em 2001 atingiu o primeiro nível profissional. Após trabalhar por três anos na Bahia como fotógrafo subaquático, em 2009 ele se mudou para Maringá. Como o rio Paraná estava próximo, ele conta que pegou a máscara e o cilindro e se jogou na água atrás de bons pontos.// SONORA FÁBIO SANT ANA//Alguns pontos são para iniciantes e outros para mergulhadores avançados. Na área para iniciantes, a correnteza é leve, calma, e a profundidade máxima é de cinco metros, com cardumes de piaparas, piau três pintas, corvina, lambari, cascudo e arraias. Já o acesso ao Fundão tem 200 metros de largura e até 20 metros de profundidade, onde se encontram grandes cardumes, inclusive de jaús que pesam mais de 80 quilos. O casal de empresários Guilherme e Bruna Ribeiro viajam o mundo mergulhando. Moradores de Maringá, eles já estiveram em locais como o Mar Vermelho, Galápagos e Cuba. Segundo Bruna, o mergulho no rio Paraná passou a ser frequentado recentemente.// SONORA BRUNA RIBEIRO//Guilherme conta que a temperatura da água é agradável e que conhece o Rio desde criança.// SONORA GUILHERME RIBEIRO//Para fazer o mergulho no Rio Paraná é preciso ter um pouco de conhecimento sobre a atividade. A ideia da Pro Diver é transformar a cidade de Porto Rico em um polo de mergulho no Estado. Outra proposta é a criação de um centro de mergulho na orla do rio Paraná, por meio de uma parceria público-privada. O local vai servir como centro de treinamentos e também vai atender projetos sociais, além de capacitar os barqueiros da região para fazer o transporte de mergulhadores. A limpeza e a conservação do rio Paraná são essenciais para que a atividade de mergulho continue. Todo ano, os mergulhadores promovem a campanha Rio Livre, e atravessam toda a extensão própria para mergulho fazendo a limpeza subaquática e retirando lixo, como garrafas pet, latas de alumínio, chumbadas, pneus e redes de pesca ilegais. (Repórter: Priscila Paganotto)