Cresce número de migrantes e refugiados que buscam um recomeço no Paraná

20/06/2019
A busca de um novo começo para quem foge de crises econômicas e políticas, de ditaduras ou de guerras em seus países de origem tem crescido no Paraná. Só nos primeiros cinco meses de 2019, o Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas, já registrou mais de mil e duzentos atendimentos para mais de trinta nacionalidades, quase o dobro do que foi registrado no mesmo período de 2018, quando foram 663 atendimentos. O secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, destacou o atendimento realizado no estado. // SONORA NEY LEPREVOST // A maioria dos migrantes que chega no Paraná está na faixa etária dos 30 aos 59 anos e é formada por homens, que buscam trabalho, orientação para elaboração de currículo e para reinserção no mercado de trabalho. As nacionalidades mais atendidas até agora, foram Haiti com 538 registros; Venezuela com 532 atendimentos; Cuba com 48; Colômbia com 19 e Marrocos com 11 atendimentos registrados só este ano. Entre os serviços ofertados no Paraná, o migrante pode revalidar o ensino fundamental e médio, além de se matricular no ensino regular. Também pode fazer a carteirinha da Biblioteca Pública para as aulas de português e a verificação de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil. Ainda há a possibilidade de encaminhamento para o mercado de trabalho, mediante ao cadastramento junto ao portal do Ministério do Trabalho; atendimento na área de assistência social, além da regularização de documentos. A situação política instável, as ditaduras e o desrespeito às liberdades individuais, têm sido um dos grandes motivadores de correntes migratórias pela América Latina. Na Venezuela, a crise política logo trouxe impactos econômicos, afetando diretamente os direitos individuais da população. A desilusão levou o jornalista Juvenal Martinez, de 29 anos, a deixar para trás o seu país. Ele destacou a acolhida no Centro de Informação para Migrantes, em Curitiba, onde conseguiu gratuitamente reunir todos os documentos necessários para procurar um emprego. // SONORA JUVENAL MARTINEZ // A operação de acolhida integra o processo de interiorização de imigrantes venezuelanos, iniciada pelo Governo Federal no final de 2018, e é comandada pela Casa Civil da Presidência da República, Ministério da Defesa, Organização das Nações Unidas e outros organismos da sociedade civil. De acordo com dados da Força Aérea Brasileira, o Paraná é o quarto estado que mais recebeu migrantes da Venezuela, desde o inicio da operação, com 706 pessoas, atrás do Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Em alusão ao Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho, será realizado na próxima terça-feira, dia 25, às 18 horas, uma Roda de Conversa sobre os Caminhos para o Acesso a Direitos. O evento acontece em Curitiba, e será realizado pela Agência da Onu para as Migrações. (Repórter: Vinícius Scorsin)