Creche estreita vínculos entre mães e filhos na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba

09/12/2019
Em um ambiente separado da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, com instalações independentes da estrutura carcerária, está a Creche Cantinho Feliz. Todo decorado, o espaço tem o objetivo de assegurar os direitos dos recém-nascidos e estreitar os vínculos entre mães e filhos. Para as crianças, há berços, cubas especiais para o banho, fraldário, armários, muitos brinquedos e tatames. O lugar ainda tem cozinha, lavanderia, máquinas de lavar e secar roupa, além de uma equipe técnica multidisciplinar de apoio. De acordo com a diretora da Penitenciária, Alessandra Antunes do Prado, a creche conta com ambientes adequados para o atendimento de bebês, para que eles não sejam privados de nada do que teriam fora do sistema prisional.// SONORA ALESSANDRA ANTUNES DO PRADO.//

Segundo a diretora, tanto a mãe quanto o bebê vão para a creche assim que recebem alta do hospital, e permanecem lá entre seis e sete meses. Durante a estada, as mães são responsáveis por todo o cuidado em relação às crianças. Em uma parceria com o Departamento Penitenciário do Paraná, desde 2014, o Grupo Marista, por meio da Rede Marista de Solidariedade, mantém na unidade três educadores sociais, uma assistente social, uma enfermeira e um coordenador. Segundo a diretora, a equipe dá suporte às detentas, principalmente nos primeiros dias, quando as mães estão mais debilitadas.// SONORA ALESSANDRA ANTUNES DO PRADO.//

Os bebês, enquanto estão na unidade, também têm garantia de acompanhamento médico e vacinação. Como a mãe não pode sair, a enfermeira fica encarregada de levar as crianças às consultas com o pediatra da unidade de saúde e tirar as dúvidas das presas. Durante a estada na creche, as presas são incentivadas a criar o “Livro do Bebê”, com anotações das etapas de desenvolvimento da criança. Esta é uma forma de a família conhecer e entender o bebê, depois da saída dele da Penitenciária. Como as visitas presenciais são difíceis, por questões financeiras e estruturais das famílias, a Penitenciária Feminina faz uso das webvisitas. O recurso da videoconferência é para que a família extensa da criança possa conhecê-la, e para que o bebê possa se acostumar com rostos e vozes dos familiares. Após a saída da criança, é incentivado que mãe e filho se vejam, por meio das visitas. (Repórter: Amanda Laynes)